Em meio a um movimento global para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, planeja anunciar nesta semana a proibição da venda de novos carros movidos a gasolina ou diesel a partir de 2030, segundo o Financial Times. A medida, que entrará em vigor cinco anos antes do que era inicialmente planejado, é parte de um pacote mais amplo de iniciativas verdes.
Em fevereiro, Johnson havia anunciado que a proibição seria adiantada de 2040 para 2035. Citando fontes da indústria e do governo, a publicação afirmou que o premiê fará um anúncio formal durante um discurso sobre políticas ambientais. É esperado que ele dê autorização para novas usinas nucleares.
Os planos seguem a promessa da antecessora de Johnson, Theresa May, de alcançar “neutralidade de carbono” até 2050, promovendo a troca de energias fósseis por sistemas elétricos. Johnson também parece disposto a expandir as credenciais verdes do Reino Unido antes da cúpula internacional sobre o clima COP26 no ano que vem, em Glasgow.
Algumas fabricantes de automóveis já vem tentando se adaptar ao mercado crescente. A britânica Bentley, conhecida por seus luxuosos carros, anunciou recentemente sua intenção de parar de produzir carros movidos a gasolina nos próximos seis anos. A partir de 2026, irá oferecer somente carros elétricos, avançando para produzir apenas carros elétricos movidos a baterias a partir de 2030.
A possibilidade de fim de novas vendas é vista como uma grande mudança no mercado automotivo britânico. Segundo dados da indústria, carros movidos a gasolina e diesel representaram 73,6% das vendas de novos veículos até o momento neste ano, enquanto veículos elétricos, normalmente mais caros, somaram apenas 5,5%. As vendas restantes envolvem veículos híbridos.
Para aumentar infraestruturas necessárias para convencer os motoristas a mudarem para veículos elétricos, o governo montou um fundo de 500 milhões de libras, segundo o FT. O dinheiro será usado em instalações remotas, como pontos de recarga rápida.
A data do plano, no entanto, parece não ter sido consenso entre assessores do governo. Algumas autoridades, segundo a publicação, tentaram a data menos ambiciosa de 2032, mas sem sucesso. Documentos circulados entre o governo incluíam a data como “203X” para impedir vazamentos.