Centenas de manifestantes se mobilizaram na noite de segunda-feira 24 em Kenosha, no estado americano do Wisconsin, após um homem negro ser alvo de brutalidade policial em um caso semelhante ao de George Floyd, que em maio despertou uma onda de protestos em todo os Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.
Em meio à mobilização, algumas pessoas lançaram garrafas de água e fogos de artifício em direção de autoridades policiais, que, então, responderam com gás lacrimogênio. Veículos e alguns estabelecimentos foram vistos em chamas também durante a manifestação.
Essa foi a segunda noite seguida de protestos e confrontos entre civis e policiais na cidade após viralizar nas redes sociais na tarde do domingo 23 um vídeo que mostra Jacob Blake sendo alvo de violência policial.
O vídeo mostra o momento em que Blake é seguido por dois policiais com armas, enquanto tenta entrar em uma caminhonete cinza. Nesse momento, um dos agentes já aponta sua arma contra o homem. Quando Blake abre a porta e tenta chegar ao assento do motorista, ele é segurado pela camisa por um dos policias e, depois, baleado.
Pelo menos sete tiros foram disparados contra Blake. Três filhos da vítima estavam presentes no momento.
ASSINE VEJA
Clique e AssineAs autoridades não concluíram quantos disparos o atingiram nem se os tiros foram disparados por apenas um dos agentes — ambos estão suspensos temporariamente da força policial.
A família de Blake indicou que o estado de saúde dele melhorou após passar por uma cirurgia em um hospital de Milwaukee, a 40 quilômetros de Kenosha.
A emissora americana CNN relatou nesta terça-feira, 25, que o pai de Blake disse que seu filho sofreu paralisia nas pernas, mas os médicos não confirmaram se a condição será permanente.
Escalada de violência
Vários veículos já haviam sido incendiados e os arredores de um tribunal local foram destruídos na primeira noite de protestos em Kenosha, ainda no domingo.
De fato, a mobilização de segunda-feira ocorreu durante um toque de recolher, que as autoridades previam durar entre as 20h de segunda e as 7h de terça.
O governador de Wisconsin, o democrata Tony Evers, disse que enviaria 125 membros da Guarda Nacional à cidade para manter a ordem.
“Devemos estar à altura deste momento e enfrentá-lo com nossa empatia, nossa humanidade e um férreo compromisso para interromper o ciclo de racismo e preconceito sistêmico que devasta as famílias e comunidades negras”, afirmou Evers.
Ele insistiu à população que organizasse apenas manifestações pacíficas.
(Com AFP)