Cerca de 200.000 pessoas protestaram neste domingo (16) em Minsk, capital do Belarus, contra a reeleição do ditador Alexander Lukashenko. Essas foram as maiores manifestações no país desde 1989, ano em que o comunismo entrou em colapso no Leste Europeu. Ao menos duas pessoas morreram e milhares foram detidos, segundo órgãos de imprensa estrangeira.
Também neste domingo, Lukashenko discursou para apoiadores, em número bem menor, no centro de Minsk. Ele afirmou que há tanques da OTAN próximos à fronteira com o país e que não deixará a presidência “nem morto”.
Ainda no domingo, a Rússia divulgou comunicado em que diz ter avisado Lukashenko sobre a possibilidade de oferecer assistência militar. De acordo com a nota do Kremlin, há possibilidade de um pacto coletivo militar para conter os protestos. A atual onda de contestação é, segundo o presidente russo Vladmir Putin, orquestrada por pressão externa.
No poder desde 1994, Lukashenko foi reeleito com 80% dos votos no último domingo (9). Segundo a oposição, no entanto, essa foi uma eleição amplamente fraudada. A principal adversária, a professora de inglês Svetlana Tikhanovskaya, 37 anos, que mobilizou multidões em comícios, teria tido meros 10%.