Um ano depois de invadir a Ucrânia em um conflito que deixou pelo menos 40.000 civis ucranianos feriados e 8.000 mortos, o presidente da Rússia Vladimir Putin afirmou que não pode “ignorar” o poderio nuclear de países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos que, segundo ele, tem o objetivo de acabar com a Federação Russa. Em entrevista exibida neste domingo, 26, na televisão estatal Rossiya 1, o autocrata também acusou o Ocidente de ser cúmplice do que classificou como “crimes” cometidos pelo governo de Volodymyr Zelensky.
Para o chefe do governo de Moscou, a Otan tem participação importante no conflito com a Ucrânia por fornecer recursos financeiros e armamento para Kiev. “Estão enviando dezenas de bilhões de dólares em armas à Ucrânia. Isto significa que estão participando, embora de forma indireta, nos crimes executados pelo regime de Kiev.
Dias atrás Putin anunciou a parlamentares russos que a Rússia estava suspendendo sua participação no tratado START, que limita, tanto para americanos quanto para russos, o número de ogivas nucleares, o uso de bombardeios terrestres e o desenvolvimento de submarinos lançadores de mísseis. “Nas condições de hoje, quando todos os principais países da Otan declararam que seu principal objetivo é nos infligir uma derrota estratégica, para que nosso povo sofra como eles dizem, como podemos ignorar suas capacidades nucleares nessas condições?”, questionou Putin na entrevista à emissora estatal.
“Agora que as tentativas [dos Estados Unidos] de reconfigurar o mundo à sua própria semelhança, após a queda da União Soviética, levaram a esta situação, somos obrigados a reagir”, declarou.