O escritor russo Sergey Komkov anunciou nesta quinta-feira, 24, que enviou um pedido de nomeação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para o Prêmio Nobel da Paz de 2021.
“Nosso candidato é o número 1. A proposta foi enviada no dia 9 de setembro e, no dia 10, já havia sido recebida pelo Comitê Nobel em Oslo”, disse o escritor em entrevista coletiva.
Segundo Komkov, somente depois de sua proposta um parlamentar norueguês propôs conceder o prêmio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo apoio ao acordo entre Israel e Emirados Árabes. Sobre o motivo da iniciativa, o escritor, que é ligado ao chefe do Kremlin, explicou que a indicação é apoiada pelos principais nomes da cultura e da ciência na Rússia.
“Como governante de um dos principais países do mundo, ele faz o máximo esforço para manter a paz e a tranquilidade não só no território do próprio país, mas também contribui ativamente para a regulação pacífica dos conflitos que surgem no planeta”, explica a carta enviada por Komkov.
O escritor analisa que, durante a pandemia de Covid-19, Putin ordenou o envio de ajuda humanitária para quase 30 países, incluindo Estados Unidos, China, Venezuela, Itália e Irã. A vacina desenvolvida por Moscou tem previsão para ser testada no Brasil até o fim de outubro.
Além disso, especifica que o presidente russo demonstrou apego aos valores humanitários e religiosos ao incluir a palavra “Deus” na Constituição russa, em emenda que foi aprovada pelos russos em um referendo em 1º de julho.
Putin já foi indicado em 2014 ao Prêmio Nobel da Paz por apresentar um plano para desmantelar o arsenal químico sírio e assim evitar uma intervenção militar ocidental.
Até hoje, dois russos já ganharam o Prêmio Nobel da Paz: o cientista e dissidente Andrei Sakharov e o último líder soviético, Mikhail Gorbachev, que teria o direito de promover a candidatura de Putin, mas dificilmente o fará, pois já criticou a gestão do atual governante, entre outras coisas, pelo declínio democrático vivido pela Rússia nos últimos anos.
A Fundação Nobel aceita todas as candidaturas válidas, mas ter o nome indicado não é necessariamente um sinal de aprovação, pois para os organizadores do prêmio somente a lista final – com apenas cinco nomes – é válida. Os nomes dos candidatos, porém, não são divulgados publicamente.