O presidente da Rússia, Vladimir Putin assinou um decreto na segunda-feira, 26, concedendo a cidadania russa a Edward Snowden, ex-funcionário da CIA, serviço de inteligência dos Estados Unidos.
O analista de sistemas de 39 anos recebeu asilo na Rússia em 2013 após vazar arquivos secretos que revelaram vastas operações de vigilância doméstica e internacional realizadas pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
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Snowden disse em 2019 que estava disposto a retornar à Washington se tivesse garantido um julgamento justo. Na Rússia, ele mantém um estilo de vida discreto, ocasionalmente postando fotos de sua família em Moscou.
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Em 2020, o ex-funcionário da CIA disse que ele e sua esposa grávida, Lindsay Mills, estavam solicitando a cidadania russa para não serem separados de seu futuro filho durante a pandemia.
“Lindsay e eu continuaremos americanos, criando nosso filho com todos os valores da América que amamos, incluindo a liberdade de se falar o que pensa. E estou ansioso pelo dia em que poderei voltar aos Estados Unidos, para que toda a família possa se reunir. Nosso maior desejo é que, onde quer que nosso filho more, ele se sinta em casa”, escreveu Snowden no Twitter na época.
O governo russo concedeu à família de Snowden direitos de residência permanente no mesmo ano, abrindo caminho para a cidadania russa.
O americano ainda não comentou a medida recente, que adicionou seu nome a uma lista de 72 indivíduos nascidos no exterior para os quais Putin estava concedendo cidadania.
O decreto rapidamente levou a piadas nas redes sociais de que Snowden em breve será recrutado pelo exército russo para lutar na Ucrânia como parte da campanha de mobilização nacional do país.
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O advogado russo de Snowden, Anatoly Kucherena, disse à agência de notícias estatal Ria Novosti que seu cliente não pode ser convocado porque ele não serviu anteriormente nas forças armadas russas.
Apesar de ter criticado o histórico de violações a direitos humanos do Kremlin, Snowden nunca comentou em público sobre a invasão da Ucrânia. Antes da guerra, ele repetidamente expressou dúvidas de que a Rússia iniciaria um combate, culpando a mídia por incitar o conflito entre os países vizinhos.