Vários subúrbios de Paris foram tomados por protestos na madrugada desta quarta-feira, 28, depois que a polícia francesa matou a tiros um jovem de 17 anos em Nanterre, a oeste da capital, na véspera. Segundo os oficiais envolvidos no incidente, a vítima teria se recusado a parar em uma blitz de trânsito.
Ultrajados com a morte de um adolescente, manifestantes tomaram as ruas de Nanterre na terça-feira 27 e na madrugada desta quarta. Imagens mostram bombeiros apagando um carro em chamas durante os protestos.
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O chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, disse à emissora francesa CNews que cerca de 350 policiais e militares foram mobilizados, a maioria em Nanterre, para reprimir os protestos. Segundo ele, 24 pessoas foram detidas.
“Esta mobilização vai prolongar-se pelo tempo que for necessário”, afirmou, pedindo “calma” aos manifestantes. “Temos que respeitar o princípio da presunção de inocência”, acrescentou, referindo-se ao policial que disparou contra o jovem.
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Na terça-feira, as autoridades francesas prenderam um policial sob suspeita de “homicídio culposo” após o incidente, informou a promotoria local. Além da vítima fatal, que foi identificada pelos advogados que representam sua família como “Naël M”, mais duas pessoas estavam no carro, um Mercedes AMG.
Um passageiro do veículo foi detido e posteriormente liberado, enquanto outro passageiro, que se acredita ter fugido do local, está desaparecido, disse o comunicado da promotoria.
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O adolescente morreu no local devido a “pelo menos um ferimento a bala” e apesar da intervenção de médicos de emergência. O Ministério Público pediu uma autópsia e exames complementares, incluindo um laudo toxicológico.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a morte de um jovem a tiros é “injustificável”.
“Gostaria de expressar a comoção de toda a nação pela morte do jovem Naël, e dar à sua família a nossa solidariedade e o carinho”, declarou. “Precisamos de calma para que a Justiça faça o seu trabalho. E precisamos de calma em todos os lugares porque não podemos permitir que a situação piore”, acrescentou Macron, em referência aos protestos.
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O ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, disse pelo Twitter que o incidente está sendo investigado pela polícia nacional.
“Após a morte de um jovem motorista em Nanterre, que estava sendo revistado por dois policiais, a Inspecção-Geral da Polícia Nacional iniciou uma investigação para esclarecer as circunstâncias dessa tragédia”, disse ele.
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Mais cedo, o chefe da polícia de Paris, Nunez, disse à emissora francesa BFMTV que o policial atirou quando o adolescente se recusou a seguir as instruções da blitz de trânsito.
“Esta viatura fez uma primeira recusa de cumprimento, depois foi bloqueada no trânsito onde houve nova tentativa de controlo por parte dos dois policiais”, disse. “Nesse momento, o motorista, que primeiro havia desligado o motor, ligou o veículo novamente e saiu. Foi nesse contexto que o policial usou sua arma de fogo.”
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Celebridades expressaram indignação com o incidente.
“Estou sofrendo pela minha França”, disse o capitão da seleção francesa masculina de futebol, Kylian Mbappé, e estrela do Paris Saint-Germain. “Uma situação inaceitável”, disse.