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Projetista de ponte que desabou em Gênova alertou sobre riscos há 40 anos

Segundo engenheiro, ponte já necessitava de reparos na época, devido à corrosão em sua estrutura

Por Da Redação
Atualizado em 21 ago 2018, 17h35 - Publicado em 20 ago 2018, 13h07
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  • Destroços da Ponte Morandi que entrou em colapso na cidade de Gênova, Itália - 14/08/2018 (Stefano Rellandini/Reuters)

    O engenheiro Riccardo Morandi, projetista do viaduto que desabou em Gênova no dia 14 de agosto, advertiu em 1979 que a ponte necessitava de manutenção constante pela corrosão a que estava exposta como consequência do ar vindo do mar e da poluição.

    Morandi escreveu um relatório, que foi publicado pelo jornal La Verità, no qual chamava atenção sobre a corrosão a que a obra estava exposta.

    “Tarde ou cedo, e talvez dentro de alguns anos, será necessário recorrer a um tratamento para eliminar qualquer rastro de óxido nos reforços mais expostos, para depois cobrir tudo com elastômeros de altíssima resistência química”, advertiu no documento publicado há quase quarenta anos.

    Morandi afirmou que a estrutura tinha sido construída em concreto sólido, mas que sofria uma degradação rápida como consequência da “alta salinidade” procedente dos ventos do mar, situado a apenas 2 quilômetros de distância.

    Este ar, misturado com a fumaça das chaminés das fábricas industriais localizadas na redondeza, gerava uma deterioração dos materiais e uma “perda de resistência” que era preciso levar em conta.

    “As superfícies externas das estruturas, mas especialmente as expostas ao mar e portanto mais diretamente atacadas pelos vapores ácidos das chaminés, começam a mostrar fenômenos de agressão de origem química”, comentava Morandi em seu relatório.

    Finalmente, o engenheiro concluía insistindo na necessidade de proteger “a superfície de concreto, para aumentar sua resistência química e mecânica à abrasão” e sugeria usar “resinas e elastômeros sintéticos” para proteger esta ponte, que foi inaugurada em 1967.

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    O viaduto desabou em 14 de agosto deixando ao menos 43 mortos. As famílias das vítimas consideram a tragédia o resultado de negligência do governo.

    Na semana passada, as autoridades italianas iniciaram os procedimentos para revogar a concessão da empresa responsável pela manutenção da autoestrada, a Autostrade per l’Italia.

    A companhia tinha obrigação de cuidar da manutenção ordinária e extraordinária da estrada e pontes da autoestrada pela qual é responsável, segundo o governo. A operadora tem agora quinze dias para apresentar sua defesa antes da revogação da concessão.

    A Autostrade per l’Italia pertence à Atlantia, empresa que é do mesmo grupo da marca de roupas Benneton.

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    (Com EFE)

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