Procurador-geral Jeff Sessions dribla críticas de Trump
Secretário de Justiça disse que pretende continuar em seu cargo 'enquanto for apropriado'
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, disse nesta quinta-feira que planeja continuar no cargo, apesar das críticas feitas pelo presidente Donald Trump aos membros do Departamento Nacional de Justiça.
“Amamos este trabalho, amamos este departamento, e planejo continuar fazendo isto enquanto for apropriado”, disse Sessions em entrevista coletiva para anunciar uma operação contra crimes cibernéticos.
As críticas de Trump ao procurador-geral foram feitas durante uma entrevista ao The New York Times, onde o presidente disse que não teria nomeado Sessions para o cargo se soubesse que ele se recusaria a supervisionar a investigação sobre possíveis laços entre a Rússia e sua campanha.
“Jeff Sessions aceitou o trabalho, começou a trabalhar, e se recusou, o que francamente é muito injusto com o presidente. Como você pode aceitar um trabalho e depois se recusar? Se ele tivesse se recusado antes de aceitar o trabalho, eu teria dito, ‘obrigada Jeff, mas não vou te levar'”, disse Trump ao Times.
Ex-senador, Sessions foi o primeiro apoiador de Trump no Congresso americano e peça fundamental para moldar sua equipe política durante a campanha e período de transição após a eleição de 8 de novembro.
A confiança do presidente no procurador-geral foi abalada quando Sessions se afastou em março da investigação criminal sobre a Rússia, após não revelar em sua audiência de confirmação que tinha participado de encontros no ano passado com o embaixador russo.
Durante a coletiva, Sessions estava cercado pelo vice-procurador-geral de Justiça, Rod Rosenstein, que também foi alvo de críticas do presidente. Na entrevista ao Times, Trump expressou descontentamento sobre a origem de Rosenstein, que é de Baltimore, cidade predominantemente democrata.
O ataque público aconteceu após seis meses turbulentos na Presidência, durante os quais Trump demitiu o assessor de segurança nacional Michael Flynn e o diretor do FBI James Comey, que à época era a autoridade mais alta liderando a investigação sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.
(Com agência Reuters)