A agência anticorrupção do Paquistão prendeu nesta terça-feira, 9, o ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan no Supremo Tribunal de Islamabad. A detenção gerou uma série de conflitos entre apoiadores de Khan e a polícia local, deixando ao menos um manifestante morto.
Em abril do ano passado, Khan foi destituído do cargo de primeiro-ministro através de uma moção de desconfiança. Acusado de má gestão econômica, o político havia perdido o apoio da maioria do Parlamento, bem como de forças militares do país, depois de quatro anos no poder.
Na véspera da prisão, o ex-premiê foi repreendido por autoridades militares após ter acusado um oficial militar sênior de ter planejado o seu assassinato e o ex-chefe das Forças Armadas de ter arquitetado a sua remoção do cargo em 2022. No ano passado, Khan foi baleado durante um protesto antigoverno.
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De acordo com a rede Al Jazeera, o Escritório Nacional de Responsabilidade do Paquistão (NAB), órgão responsável pelo combate à corrupção, teria emitido um mandado de prisão contra o ex-premiê no dia 1º de maio. No entanto, lideranças do partido Tehreek-e-Insaf (PTI), o qual Khan é filiado, negaram que ele havia sido notificado.
“O ex-primeiro-ministro não deu qualquer resposta adequada aos avisos de convocação da NAB. Sua prisão foi feita de acordo com a portaria da NAB e a lei”, informou o NAB.
Khan foi conduzido por soldados para uma van preta. Ele responderá uma acusação de corrupção no Al-Qadir University Trust, um fundo liderado por sua esposa, Bushra Bibi. O casal teria recebido terras no valor de bilhões de rúpias de um grande magnata imobiliário do Paquistão para que construíssem um instituto educacional.
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Com a prisão, grupos pró-Khan foram às ruas para contestar a decisão. Eles teriam bloqueado as estradas principais de múltiplas cidades e invadido prédios militares nas cidades de Lahore e Rawalpindi. Segundo o ministro do Interior, Ziaullah Langove, os confrontos entre polícia e manifestantes levaram à morte de uma pessoa e feriram outras 12, incluindo seis policiais na cidade de Quetta.
Esta não é a primeira vez que Khan enfrenta queixas criminais. Desde que deixou o cargo, ele já foi acusado de “terrorismo” e de blasfêmia. O político afirma que as tentativas de prisão têm motivações políticas e objetivo de impossibilitar sua candidatura às próximas eleições. Em março, a polícia se dirigiu até a casa de Khan para detê-lo, mas não obteve sucesso.