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Presidente do Peru é investigada por genocídio após 40 mortes em protestos

Além de Dina Boluarte, outros membros de seu gabinete também serão investigados

Por Da Redação
11 jan 2023, 10h46
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  • Um novo inquérito foi aberto nesta terça-feira 10 contra a nova presidente do Peru, Dina Boluarte, e membros de seu gabinete para investigar alegações de genocídio, após protestos contra o governo deixarem pelo menos 40 mortos e centenas de feridos em dezembro.

    O processo foi aberto pela principal promotoria do país depois que 17 civis foram mortos na região de Puno, no sul do país, nesta segunda-feira 9. Este foi considerado um dos dias mais letais dos confrontos desde que o ex-presidente Pedro Castillo foi deposto e preso preventivamente no mês passado.

    A queda de Castillo, que ocorreu depois que ele tentou dar um autogolpe para driblar um impeachment, fechando o Congresso, provocou uma onda de protestos em todo o país. Os manifestantes exigem a renúncia de Boluarte, a dissolução do Congresso, mudanças na constituição e a libertação do ex-presidente.

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    Apesar das investigações, o atual governo já ganhou um voto de confiança no Congresso por ampla margem na noite desta terça-feira. Uma derrota teria desencadeado uma remodelação do gabinete e a renúncia do primeiro-ministro Alberto Otarola, um dos investigados.

    De acordo com a Procuradoria-Geral, o ministro da Defesa, Jorge Chávez, e o ministro do Interior, Victor Rojas, também estão sendo investigados sob a acusação de “genocídio, homicídio qualificado e ferimentos graves”.

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    Por conta do envolvimento na contenção dos protestos, o gabinete do procurador-geral acrescentou que investigaria o ex-primeiro-ministro Pedro Angulo e o ex-ministro do Interior César Cervantes, que fizeram parte do governo de Boluarte por algumas semanas.

    Otarola outorgou uma série de medidas para tentar reduzir as manifestações violentas, como um toque de recolher noturno de três dias em Puno. Na segunda-feira 9, empresas foram saqueadas e na cidade de Juliaca, na região. O aeroporto de Puno permaneceu fechado na terça-feira, após 9 mil pessoas tentarem invadir o local.

    Nesta terça, a ouvidoria do Peru pediu por protestos pacíficos e pela investigação de todas as mortes por completo.

    Também na terça-feira, Castillo tuitou que “os mortos por ‘defender o país da ditadura golpista’ nunca serão esquecidos”.

    O ex-presidente foi condenado a permanecer em prisão preventiva enquanto é investigado por incitar uma rebelião, acusação que ele nega. Castillo diz que ainda é o presidente legal do Peru.

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    Evo Morales, ex-presidente boliviano e aliado de Castillo, que foi proibido de pisar em terras peruanas nesta segunda-feira, também pediu o fim do que ele diz ser o “genocídio de nossos irmãos indígenas”.

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    No final desta semana, uma missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos visitará o Peru para avaliar a situação. As Nações Unidas, entretanto, apelaram ao respeito pelos direitos humanos e ofereceram-se para mediar a crise.

    Grupos de direitos humanos acusaram as autoridades de usar armas de fogo contra manifestantes e lançar bombas de fumaça de helicópteros. O exército diz que os manifestantes usaram armas e explosivos caseiros.

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