A presidente de Harvard, Claudine Gay, anunciou nesta terça-feira, 2, que vai deixar o cargo em meio a uma tempestade de controvérsias na universidade. Além de enfrentar um escândalo envolvendo plágio, que precede seu mandato, Gay foi amplamente criticada pela falta de medidas para combater o antissemitismo que se intensificou nos campi dos Estados Unidos desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, em 7 de outubro do ano passado. Antes dela, outras duas lideranças de faculdades da chamada Ivy League foram demitidas pelo mesmo motivo.
“É com o coração pesado, mas com um profundo amor por Harvard, que escrevo para compartilhar que deixarei o cargo de presidente”, escreveu Gay em carta. “Após consultar os membros da Corporação, ficou claro que é do interesse de Harvard que eu renuncie, para que nossa comunidade possa navegar neste momento de desafio extraordinário com foco na instituição, e não em qualquer indivíduo.”
Gay não disse quando planeja renunciar formalmente ao cargo, mas descreveu a decisão como “difícil além das palavras”.
“Tem sido angustiante ter dúvidas sobre meus compromissos de enfrentar o ódio e de defender o rigor acadêmico – dois valores fundamentais para quem eu sou – e assustador ser submetida a ataques pessoais e ameaças alimentadas por questões raciais”, escreveu ela.
Gay deixou o cargo apenas seis meses após assumir a liderança da mais prestigiada universidade americana. Ela foi a primeira presidente negra nos quase 400 anos de história de Harvard, e apenas a segunda mulher no posto.
Sua renúncia ocorre, em parte, devido às suas respostas em uma audiência no Congresso no mês passado a respeito de episódios de antissemitismo na universidade. Ela foi criticada pela falta de respostas e medidas diretas para combater o assédio contra estudantes judeus em Harvard.
A Harvard Corporation anunciou nesta terça-feira que Alan Garber, atualmente reitor e diretor acadêmico na universidade, assumirá o cargo de presidente interino até que a escola encontre um novo líder.