Em anúncio realizado nesta quinta-feira 29, o presidente italiano Sergio Mattarella reconduziu formalmente Giusepe Conte ao cargo de primeiro-ministro com o objetivo de formar um novo governo. O Movimento 5-Estrelas e o Partido Democrático, de oposição, mais cedo expressaram o interesse em uma coalizão, deixando de lado anos de hostilidade para evitar uma eleição antecipada e aliviar as incertezas econômicas.
Após dias de negociações às vezes tensas e difíceis, os líderes do 5-Estrelas e do PD disseram ao presidente da Itália que o novo governo deveria ser novamente liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, que estava de saída.
Os dois lados ainda precisam acertar uma plataforma compartilhada de diretrizes e uma equipe de ministros, mas o líder do 5-Estrelas Luigi Di Maio e seu equivalente do PD Nicola Zingaretti disseram ter prometido encontrar pontos em comum pelo bem do país.
“Amamos a Itália e consideramos que essa experiência valerá a pena”, disse Zingaretti a jornalistas. Falando pouco depois, Di Maio disse: “Fizemos compromissos para com os italianos (…) e venha o que vier, queremos cumprí-los”.
A coalizão anterior, feita pelo 5-Estrelas e pelo partido de extrema-direita Liga, entrou em colapso neste mês quando o líder da Liga Matteo Salvini saiu da aliança, esperando a realização de uma eleição antecipada na qual ele poderia faturar em cima de sua popularidade em alta.
Mas o tiro saiu pela culatra quando Conte se recusou a renunciar imediatamente, dando tempo ao 5-Estrelas e ao PD para tentarem contornar animosidades mútuas e concordarem em formar um novo governo, o que antes parecia impossível.
“A única coisa que os une é ódio deles pela Liga”, disse Salvini, após uma reunião com o presidente Sergio Mattarella em uma tentativa de convencê-lo a convocar novas eleições.
“Milhões de italianos estão sendo feitos reféns de uma centena de parlamentares que estão buscando se segurar em suas vagas”, disse.
A Liga é altamente cética em relação à União Europeia e prometeu cortes severos de impostos para 2020 que, segundo economistas, poderiam colocar uma pressão insustentável sobre a montanha de dívidas da Itália.
(Com Reuters)