Moon Jae-in tomou posse como presidente da Coreia do Sul nesta quarta-feira e levantou a possibilidade de visitar a vizinha Coreia do Norte “sob as condições certas”, para discutir o programa nuclear do regime. Representante da esquerda sul-coreana, Moon deixou clara mais uma vez sua posição aberta ao diálogo com Pyongyang, apesar de dizer que manterá sanções.
“Irei trabalhar para solucionar a crise nacional de segurança com urgência”, disse Moon, após cerimônia na Assembleia Nacional. “Estou disposto a ir a qualquer lugar pela paz na Península Coreana. Se necessário, voarei imediatamente para Washington, irei a Pequim e Tóquio e, sob as condições certas, a Pyongyang também”, declarou.
A postura mais moderada de Moon pode gerar atritos com Washington, que nos últimos tempos alterna ameaças de ação militar com possibilidades de conversas pacíficas com o regime norte-coreano. Eleito na terça-feira com 41% dos votos, o líder do Partido Democrático declarou ainda que irá “negociar sinceramente” com os Estados Unidos e a China sobre a ativação de um sistema antimísseis no território sul-coreano, o THAAD. Pequim teme que o sistema seja utilizado para espiar suas operações militares e se opõe à instalação.
Em sua primeira coletiva de imprensa como presidente, o advogado de direitos humanos também indicou Lee Nak-yon como primeiro-ministro – que precisa ser confirmado pelo Congresso – e Suh Hoon como chefe do Serviço de Inteligência Nacional. A ideia de Moon é substituir rapidamente autoridades herdadas da ex-presidente conservadora Park Geun-hye, destituída do cargo por um impeachment confirmado em março, após o estouro de um grande escândalo de corrupção.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)