O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, prometeu nesta segunda-feira, 5, condenações “rápidas” aos “bandidos de extrema direita” envolvidos em protestos violentos, com alvos como mesquitas e abrigos para refugiados, que acarretaram na prisão de pelo menos 240 pessoas no fim de semana.
Em meio à pior desordem em massa enfrentada pelo Reino Unido em 13 anos, Starmer disse que os manifestantes que atacaram pessoas por causa da cor da pele ou religião serão rapidamente condenados, já que “todas as pessoas sensatas deveriam condenar” tais atos.
“Não tenham dúvidas: aqueles que participaram dessa violência enfrentarão toda a força da lei”, ele disse. “A polícia fará prisões. Indivíduos serão mantidos em prisão preventiva. Acusações ocorrerão. E condenações seguirão. Garanto que vocês se arrependerão de ter participado dessa desordem.”
O primeiro-ministro acrescentou que “essa multidão violenta não representa nosso país e nós os levaremos à justiça”, prometendo segurança àqueles que se sentiram assustados em serem alvos por causa de sua raça ou religião.
Movimento reativo
As manifestações violentas começaram há uma semana, quando influenciadores de extrema direita divulgaram rumores de que um adolescente suspeito de matar três crianças em um ataque a facadas a uma escola infantil de dança em Southport seria um refugiado que faz parte da comunidade muçulmana.
Apesar dos rumores terem sido negados pela polícia, multidões furiosas organizaram 46 concentrações de extrema direita na Inglaterra durante o fim de semana, marcadas por discurso de ódio contra imigrantes e muçulmanos. Os atos violentos levaram a um aumento de cinco vezes nas ameaças às pessoas de religião islâmica, como estupro e morte, e um aumento de três vezes nos casos de crimes de ódio, de acordo com o Tell Mama, um grupo de monitoramento nacional.
No domingo, centenas de manifestantes encapuzados tentaram incendiar o hotel Holiday Inn Express, que abriga refugiados na cidade de Rotherham, no norte da Inglaterra. A multidão entrou em confronto direto com a polícia, atirando tijolos e quebrando várias janelas do edifício.
Starmer, que liderará na segunda-feira uma reunião do comitê de emergência Cobra em busca de soluções rápidas para os atos vândalos, disse que “não há justificativa” para a violência impulsionada pela extrema direita. Enquanto isso, a ministra do Interior, Diana Johnson, afirmou que o governo adotaria medidas de “lide rápido” com os manifestantes, acrescentando que os tribunais poderiam funcionar por mais horas por dia para acompanhar a demanda elevada de julgamentos.