O prefeito de Nova York, Eric Adams, foi formalmente acusado uma série de crimes federais nesta quinta-feira, 26. O tribunal distrital dos Estados Unidos no sul da cidade anunciou o indiciamento que inclui: conspiração para cometer fraude eletrônica, suborno de programa federal, recepção de doações de campanha de estrangeiros e fraude eletrônica.
“Eric Adams, o réu, buscou e aceitou contribuições ilegais de campanha na forma de doações de entes ‘nomeados’ ou ‘fantasmas’, o que significa que os verdadeiros contribuintes transferiram seu dinheiro por meio de doadores nominais, que certificaram falsamente que estavam contribuindo (para sua campanha) com seu próprio dinheiro”, disseram os promotores na acusação de 57 páginas.
“Ao contrabandear suas contribuições para Adams por meio de doadores fantasmas baseados nos Estados Unidos, os doadores estrangeiros de Adams passaram por cima as leis federais que servem para impedir a influência estrangeira nas eleições americanas”, concluíram eles.
A acusação formal ocorre após uma investigação federal de meses de duração, capitaneada pelo gabinete do procurador-geral de Manhattan, que examinava as conexão de Adams com autoridades e empresários turcos e doações de campanha suspeitas que ele recebeu. Membro do Partido Democrata, ele anteriormente havia negado quaisquer irregularidades.
“Eu sempre soube que se eu defendesse minha posição pelos nova-iorquinos, eu seria um alvo — e um alvo eu me tornei. Se eu for acusado, sou inocente e lutarei contra isso com cada grama de minha força e espírito”, disse Adams na quarta-feira à noite, antes de ser formalmente indiciado.
Antes das acusações, os promotores informaram os advogados do prefeito que, se acusado, ele seria intimado a “se render” – comparecer a um tribunal e ser registrado no sistema criminal americano – somente em uma data futura, de acordo com a emissora americana CNN.
Impopular
A acusação foi a gota d’água de uma série de revezes para o prefeito da maior cidade dos Estados Unidos.
Adams, um ex-capitão do Departamento de Polícia de Nova York, assumiu o cargo em janeiro de 2022 e se apresentou como o novo rosto do Partido Democrata, prometendo uma abordagem dura contra o crime e um compromisso de revitalizar a cidade após a pandemia de Covid-19.
No entanto, tem se contorcido, sem sucesso, para resolver os principais desafios da cidade, como uma crise migratória que viu acampamentos com estrangeiros vindos da fronteira com o México se multiplicarem no Brooklin e bairros ao redor, e preocupações com crimes no metrô. Ele também tem enfrentado críticas por ir a festinhas noturnas e sobre o orçamento, particularmente quanto é gasto com educação.
Em seu primeiro mandato, Adams agora enfrenta pelo menos uma acusação federal que coloca em risco sua capacidade de permanecer no cargo e ameaça o futuro de sua carreira política. Sua popularidade atingiu 28% no fim do ano passado, o nível mais baixo já visto para um prefeito de Nova York.
Quando perguntado na terça-feira se pensava em renunciar, porém, Adams disse: “Estou me apresentando, não me aposentando”.