Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Por que africanos corruptos levam malas de dinheiro para o exterior

Eles tiram suas fortunas de seus países porque temem ser depostos , procuram lugares descolados para gastar o dinheiro e se sentem impunes

Por Thais Navarro
20 set 2018, 16h31
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Na sexta feira 14, Teodoro Obiang Mangue, filho do presidente da Guiné Equatorial, e vice-presidente do país, teve 16 milhões de dólares apreendidos pela Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo.

    Mas Teodorín está longe de ser o único africano a ser pego no flagra levando parte da fortuna para o exterior. No Zimbábue, Harare Mugabe, filho do ex-mandatário Robert Mugabe, é investigado por corrupção e por tráfico de ouro durante o período em que seu pai esteve no poder. Ele frequentemente causa revolta entre a população de seu país ao esbanjar em suas redes sociais suas viagens internacionais e seu luxo material, como duas limousines Roll-Royce e um relógio Rolex de 60 000 dólares.

    Em Angola, o ex-ditador José Eduardo dos Santos e sua família também têm problemas com a Justiça. Seu filho, José Filomeno dos Santos, é investigado por fraude bancária por ter transferido 500 milhões de dólares do banco central do seu país para uma agência suíça em Londres. A filha, Isabel dos Santos, que já foi considerada pela Forbes a mulher mais rica da África, é investigada por apropriação indevida de recursos da companhia petrolífera estatal, a Sonagol.

    A prática da corrupção e da lavagem de dinheiro no exterior é comum entre líderes africanos. “Em graus variados no continente, observamos que uma abundância de recursos naturais, como o petróleo, contribui para o abuso de poder dos governos e ao enriquecimento pessoal de políticos às custas do povo”, diz o jurista italiano Michele Sciurba.

    Continua após a publicidade

    Há algumas hipóteses para este comportamento e para gastar fortunas no exterior. “Muitos desses ditadores colocam seu dinheiro em outros países porque têm medo de um dia serem derrubados do poder e exilados. Assim, mantêm essa verba no exterior para poder resgatá-la depois”, diz Phillipe Le Billon, professor de políticas públicas e geopolítica na Universidade de British Columbia, no Canadá.

    A gastança pode ser também a expressão do puro consumismo desses líderes e de suas famílias. “Eles querem um lugar onde possam gastar seu dinheiro“, diz o cientista político americano Joseph Kraus. Muitas vezes não há tantos artigos de luxo para se comprar no país em que vivem e, então, eles optam pelo estrangeiro.

    O fato de serem líderes políticos com imunidade estabelecida em convenções internacionais também é uma vantagem. “Eles se sentem impunes em outros países porque sabem que têm um status diplomático que pode protegê-los”, diz Le Billon.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.