O governo do Haiti anunciou nesta quarta-feira (13) a suspensão definitiva da permissão para a Oxfam atuar no país. A decisão teve como base o escândalo sobre a contratação de prostitutas por diretores e voluntários dessa organização não-governamental britânica logo depois do terremoto de 2010, que destruiu Port-au-Prince.
O terremoto deu-se em janeiro de 2010 e tornou-se uma das piores tragédias da história. O Ministério do Interior não conseguiu fechar o número exato de vítimas fatais, que pode ter chegado a 360 mil pessoas. Mais 350 mil teriam ficado feridas. Quase 2 milhões de haitianos ficaram desabrigados. Um tsunami posterior matou mais quatro pessoas.
Governos de vários países, entre os quais o Brasil, e organizações internacionais e não-governamentais acorreram ao Haiti para prover ajuda humanitária e contribuir para a reconstrução. Uma das primeiras organizações foi a Oxfam.
Há quase quatro meses, os Ministérios do Planejamento e de Cooperação Externa do Haiti já haviam suspendido provisoriamente os trabalhos da Oxfam no país para investigar o escândalo. Os órgãos assinaram conjuntamente o comunicado que, hoje, pôs fim à licença da ONG no Haiti.
Ao ser informada da decisão do governo haitiano, a ONG se desculpou no Parlamento britânico e disse que o sucedido “é uma violação extremamente grave da dignidade humana”.
O então diretor da Missão da Oxfam no Haiti, Roland van Hauwermeiren, reconheceu parte dos fatos, mas defendeu que existem “exageros e mentiras”. Ele admitiu, no entanto, que manteve “relações sexuais” com uma mulher durante a missão de ajuda humanitária da organização no Haiti após o terremoto.
A vice-diretora executiva da organização, Penny Lawrence, renunciou em 12 de fevereiro após a explosão do escândalo e, de acordo com a Oxfam, sete dos seus funcionários saíram do grupo por causa do escândalo.