O policial armado encarregado de fazer a segurança da Marjory Stoneman Douglas High School, na Flórida, se defendeu das acusações de que foi um “covarde” por ficar do lado de fora da escola enquanto Nikolas Cruz abria fogo e matava 17 pessoas. Câmeras de segurança mostraram que Scott Peterson, responsável pelo colégio havia oito anos, ficou por 4 minutos no estacionamento enquanto era possível ouvir os tiros.
Segundo seu advogado, Joseph DiRuzzo, o oficial acreditava que os tiros estavam ocorrendo fora da escola e não dentro. De acordo com a BBC, Peterson teria inicialmente recebido um chamado por causa de “foguetes” e apenas quando correu para o local percebeu que se tratava de tiros.
Pelo seu treinamento, Peterson era orientado a pedir por cobertura e avaliar a situação durante um tiroteio ao ar livre – como ele pensava que ocorria –, ele então relatou à polícia que havia escutado tiros, levando a instaurar um “Código Vermelho” no campus da escola.
Quando os policiais chegaram, Peterson informou que os tiros estavam vindo do lado de fora da escola, uma crença que foi reforçada por “transmissões de rádio que indicaram que havia uma vítima de tiro na área do campo de futebol”, falou o oficial.
Em declaração, o advogado falou: “Não há dúvidas de que Peterson desejava poder ter impedido a morte das 17 vítimas naquele dia. Seu coração vai para as famílias das vítimas em seu momento de necessidade. No entanto, as alegações de que ele era um covarde e que seu desempenho, nas circunstâncias, não cumpriu os padrões dos policiais não é verdadeiro”.
Peterson renunciou de seu cargo depois que o Xerife Scott Israel lhe deu uma suspensão. Após ver as imagens das câmeras, o xerife afirmou ter ficado “devastado” e com o “estômago doendo” por ver que o policial não havia entrado. Segundo ele, Peterson chegou ao local 90 segundos após Cruz e ficou do lado de fora por pelo menos 4 minutos.
“O que eu vi foi um policial chegar ao lado oeste do prédio 12, assumir uma posição e ele nunca entrou”, disse Israel. Questionado sobre o que o policial deveria ter feito ele respondeu “Entrado. Abordado o assassino. Matado o assassino”.
Ate mesmo o presidente Donald Trump chamou o policial de “covarde” por não ter entrado no momento do tiroteio e chegou a afirmar na segunda-feira que ele próprio teria entrado para salvar alunos e professores mesmo se estivesse desarmado.
“Eu realmente acredito que eu correria lá, mesmo que não tivesse uma arma”, disse a um grupo de governadores estaduais na Casa Branca.
(Com Reuters)