Polícia russa ‘elimina’ atiradores que mataram 19 em ataques a igrejas
Região do Daguestão declarou três dias de luto após cinco agressores cometerem onda de atentados contra edifícios religiosos
Autoridades do Daguestão, região no sudoeste da Rússia, informaram nesta segunda-feira, 14, que a polícia “eliminou” cinco atiradores que cometeram ataques contra igrejas e sinagogas. O número de mortos nos atentados subiu para 19 em duas cidades da agitada área no Norte do Cáucaso, e foi aberta uma investigação criminal ao abrigo das leis antiterrorismo do país.
O Comitê de Investigação da Rússia disse que 15 policiais e quatro civis, incluindo um padre ortodoxo russo de 66 anos, Nikolai Kotelnikov, foram mortos durante atentados contra edifícios religiosos nas cidades de Derbent e Makhachkala na noite de domingo 23. Duas igrejas ortodoxas, duas sinagogas e uma delegacia foram atacados. A agência de notícias Reuters informou que os homens portavam armas automáticas.
O comitê afirmou ainda que os cinco agressores foram “eliminados” identificados, mas ainda não divulgou suas identidades. A investigação também disse que havia outros envolvidos no planejamento dos ataques, mas não revelou quantos.
“Entendemos quem está por trás da organização dos ataques terroristas e qual o objetivo que perseguiram”, disse o governador do Daguestão, Sergey Melikov, sem dar mais detalhes.
Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques de domingo.
Além disso, o comitê antiterrorismo da Rússia comunicou que uma operação especial de combate ao terrorismo havia sido concluída nesta segunda-feira.
O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu as suas “mais profundas condolências” às famílias das vítimas, disse o Kremlin na segunda-feira. Aliados, como China e Azerbaijão, que faz fronteira com o Daguestão, também emitiram condolências.
O governo anunciou três dias de luto nacional. As bandeiras em prédios do governo foram hasteadas a meio mastro e todos os eventos de entretenimento foram cancelados.
Em um incidente separado, a Rússia culpou os Estados Unidos por um ataque ucraniano à Crimeia, que o Kremlin disse ter matado quatro pessoas e ferido 151.
Os atentados ocorreram três meses depois do Estado Islâmico ter reivindicado a autoria de um ataque que matou 145 pessoas em uma casa de shows perto de Moscou. Aquele foi o pior incidente do tipo no país em anos, e levantou preocupações de que a guerra na Ucrânia e a repressão a opositores do governo tenham distraído as autoridades de ameaças terroristas islâmicas.
Sem evidências, Putin inicialmente acusou a Ucrânia de estar envolvida no planejamento do ataque à casa de shows.
Em paralelo, o Daguestão relatou um aumento no número de incidentes antissemitas. No ano passado, uma multidão na região muçulmana invadiu o aeroporto de Makhachkala à procura de passageiros judeus vindos de Israel.