A polícia da cidade de americana de Burlington, em Vermont, prendeu o suspeito de tentar matar a tiros três estudantes universitários de ascendência palestina, informou a emissora americana CNN nesta segunda-feira, 27. O ataque, que ocorreu em meio a uma onda de incidentes de islamofobia e antissemitismo nos Estados Unidos, é investigado como um crime motivado por ódio.
Anteriormente, a polícia havia dito que um homem caucasiano disparou sua arma contra as três vítimas na rua, perto da Universidade de Vermont, na noite de sábado 24, e depois fugiu. Segundo a CNN, o suspeito do ataque, identificado como Jason J. Eaton, 48 anos, foi preso na tarde de domingo 25.
Os três estudantes estavam a caminho de um jantar na casa da família de um deles, para o feriado de Ação de Graças.
Agentes de segurança disseram que todos os três permanecem internados no hospital, dois com ferimentos de bala no torso e um tiro nas extremidades inferiores. “Dois estão estáveis, enquanto um sofreu ferimentos muito mais graves”, informou a polícia.
Duas das vítimas são cidadãos americanos, enquanto a terceira é residente legal nos Estados Unidos, todas com 20 anos de idade. De acordo com a polícia, dois dos estudantes usavam um keffiyeh, o tradicional lenço xadrez preto e branco usado no Oriente Médio, no momento do ataque.
O Institute for Middle East Understanding, uma organização sem fins lucrativos de defesa dos direitos palestinos, comunicou que as vítimas teriam falado em árabe quando foram atacadas.
O incidente ocorreu em meio a um aumento de casos de islamofobia e antissemitismo ao redor do mundo, incluindo nos Estados Unidos, que se intensificaram com o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas em 7 de outubro.
“Neste momento de tensão, ninguém pode olhar para este incidente e não suspeitar que pode ter sido um crime motivado pelo ódio”, disse o chefe da polícia de Burlington, Jon Murad, em um comunicado.
As famílias das vítimas emitiram uma declaração conjunta nesta segunda-feira, instando as autoridades a investigarem o tiroteio como um crime de ódio. Familiares identificaram os estudantes como Hisham Awartani, da Brown University em Rhode Island, Kinnan Abdel Hamid, da Haverford College, na Pensilvânia, e Tahseen Ahmed, da Trinity College, em Connecticut. Todos os três se formaram na Ramallah Friends School, uma escola privada na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel.