Polícia da Espanha invade laboratório de cocaína a céu aberto em Madri
De acordo com os policiais, o estabelecimento era capaz de produzir até 120 quilos de cocaína por semana e é o primeiro a céu aberto já visto no país
A polícia da Espanha prendeu 12 pessoas nesta segunda-feira, 26, depois de invadir um laboratório de cocaína ao ar livre próximo a capital, Madri, com capacidade para produzir 120 quilos da droga por semana.
O local, que se assemelha aos encontrados nas florestas da América do Sul, foi o primeiro deste tipo a ser descoberto no país e contou com uma operação da Polícia Nacional para ser desmantelado. Durante a invasão, cinco “cozinheiros” foram presos em flagrante.
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A operação, que incluiu buscas em 10 propriedades em Madri, Málaga e Córdoba, resultou na apreensão de 85 quilos de pasta base de cocaína, 250 quilos de cimento impregnado da droga, seis veículos, uma pistola e 36.000 euros, o equivalente a R$186.000.
Em comunicado, a polícia disse que as batidas, realizadas no início deste mês, revelaram um cenário surpreendente e preocupante.
“Esta operação usou uma maneira de recuperar a cocaína que especialistas em desmantelamento de laboratórios nunca tinham visto neste país, e que se assemelha ao que você vê na selva sul-americana”, dizia a nota.
De acordo com os policiais espanhóis, esses laboratórios costumam ser instalados dentro de casas ou em unidades industriais para fugir da atenção dos vizinhos e da polícia. No entanto, este ficava no terreno de uma enorme fazenda e era protegido apenas por sombras e lonas que foram colocadas para tentar esconder suas atividades da vista aérea.
Para os investigadores, o responsável pela operação criminosa era um espanhol que supervisionava uma empresa de importação de sacos de cimentos cujo conteúdo estava misturado com a cocaína extraída do laboratório.
Supostamente o líder da quadrilha, o espanhol encarregou um cidadão dominicano para administrar o local e a distribuição da droga. Ele, por sua vez, recrutou três colombianos que foram à Espanha para recuperar a cocaína do cimento.
“Essas pessoas, conhecidas como ‘cozinheiros’, geralmente são contratadas para uma operação específica e cobram de acordo com o número de quilos extraídos antes de retornar ao seu país de origem”, acrescenta o comunicado.
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Por fim, a polícia disse que a operação também refletiu o profundo conhecimento dos “cozinheiros” que, ao invés de usar grandes quantidades de produtos químicos que estão sujeitos a verificações internacionais rigorosas, eles empregaram apenas gasolina, amônia e água para recuperar a cocaína.