A Polícia Federal Argentina (PFA) e a Brigada de Controle Ambiental (BCA) realizaram uma operação conjunta nesta quinta-feira, 19, em Buenos Aires, resultando na apreensão de 40 toneladas de chifres de diversas espécies de cervos, extraídos de maneira ilegal. Durante a ação, as autoridades encontraram os chifres embalados em plástico, prontos para comercialização.
A Subsecretaria de Meio Ambiente afirmou que a operação foi autorizada pelo Tribunal Nacional de Crimes e Correção N° 12, sob a supervisão do juiz federal Ariel Lijo.
No interior do depósito ilegal de produtos da fauna silvestre, que não teve a localização divulgada, agentes da Brigada de Controle Ambiental e da Polícia Federal Argentina encontraram dezenas de caixas embaladas em plástico e empilhadas sobre paletes. Após a descoberta, as autoridades ordenaram o fechamento do armazém.
A Subsecretaria do Meio Ambiente destacou que a Resolução 170/21, sancionada em 1º de junho de 2021 e publicada no Diário Oficial quatro dias depois, determina que todas as pessoas que realizam trânsito interjurisdicional, comércio com trânsito interjurisdicional, comércio em jurisdição federal, importação, exportação e reexportação de exemplares vivos, produtos e subprodutos de fauna silvestre devem estar registradas no cadastro de operadores de fauna silvestre.
Apreensão de US$ 80 milhões em produtos de caça ilegal
Em junho, a Polícia Municipal de Buenos Aires, em colaboração com a Unidade Fiscal Especializada em Assuntos Ambientais (Ufema), realizou 11 operações, resultando na apreensão de mercadorias avaliadas em US$ 80 milhões, todas provenientes da caça ilegal, pois não tinham documentação que garantisse sua rastreabilidade.
Durante as vistorias, foram encontrados 186 facas, 61 garfos, oito tábuas, nove saca-rolhas, 97 cintos, 16 pares de sapatos, uma carteira, uma mochila, um chifre de veado, 12 chaveiros, dois aços para amolar, cinco garrafas térmicas e um estilete, todos feitos com subprodutos da fauna nativa, principalmente de emas e capivaras.
As penalidades para a caça furtiva são geralmente muito baixas no país. Normalmente os suspeitos ficam detidos por no máximo 24 horas, são investigados e, se não tiverem antecedentes criminais significativos, acabam sendo liberados, o que torna os proprietários de áreas rurais vítimas permanentes desses caçadores, que invadem suas propriedades em busca de espécies nativas protegidas, como a capivara e a ema.
A carne de animais como emas, capivaras e veados é comercializada em restaurantes que oferecem pratos exóticos, enquanto as peles são processadas em curtumes clandestinos. Os produtos finais, como cintos, sapatos e facas, acabam sendo vendidos em mercados informais, frequentemente sem documentação.