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Pequim proíbe adoções internacionais de crianças chinesas

Diplomatas dos EUA buscam esclarecimentos para centenas de famílias americanas que estavam no meio do processo adotivo

Por Da Redação 6 set 2024, 09h27
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  • Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comunicou em um briefing na noite de quinta-feira 6 que o país vai encerrar seu programa de adoção internacional de crianças chinesas. Em reação rápida, diplomatas dos Estados Unidos cobraram de Pequim esclarecimentos sobre como a decisão afetará centenas de famílias americanas com solicitações de adoção pendentes.

    Segundo Ning, a única exceção à proibição são será a adoção de uma criança ou enteado por parentes de sangue. Ele não justificou a decisão, exceto para dizer que estava de acordo com o espírito das convenções internacionais relevantes.

    “Expressamos nossa gratidão aos governos e famílias estrangeiros que desejam adotar crianças chinesas, por suas boas intenções e pelo amor e gentileza que demonstraram”, afirmou.

    Reação americana

    Em cartas enviadas a agências de adoção na quarta-feira 5, o departamento de estado dos Estados Unidos disse que havia sido informado pelas autoridades chinesas de que todos os processos pendentes foram canceladas, exceto aquelas com autorizações de viagem já emitidas.

    Em telefonema diplomatas americanos, Pequim disse que “não dará continuidade casos em nenhuma fase”, exceto aqueles cobertos por uma cláusula de exceção. A embaixada dos Estados Unidos busca esclarecimentos por escrito do Ministério de Assuntos Civis da China, segundo o Departamento de Estado.

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    “Entendemos que há centenas de famílias com adoção ainda pendente de conclusão e simpatizamos com a situação delas”, afirmou o governo americano.

    Prática comum

    Milhares de pessoas adotaram crianças da China ao longo de décadas, visitando o país para buscá-las e depois levando-as para um novo lar no exterior. Longos atrasos no processo fizeram com que muitos casais aprovados para o programa ainda esperassem anos, às vezes quase uma década, para encontrar seus filhos.

    Americanos adotaram 82.674 crianças da China, o maior número dentre qualquer país.

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    Crise demográfica

    O programa esteve suspenso desde 2020 por causa da pandemia de covid-19. Mas mudanças na situação política, demográfica (com queda nas taxas de natalidade) e econômica da China já sugeriam o fim ou o endurecimento da política de adoção.

    O número de recém-nascidos no gigante asiático caiu para 9,02 milhões em 2023, e a população geral encolheu pelo segundo ano consecutivo. Em meio a uma série de medidas projetadas para encorajar mais nascimentos, a política de filho único da China, que durou décadas, foi eliminada gradualmente.

    O Projeto Nanchang, um grupo sediado nos Estados Unidos que trabalha com chineses adotados e seus pais adotivos para auxiliar na conexão com famílias biológicas, disse que o anúncio marcou “o fim de uma era”, embora o programa “já estivesse a caminho do fim”.

    “É nossa profunda esperança que as crianças restantes na China recebam a atenção, os cuidados médicos e o amor que merecem”, declarou o grupo.

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