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Partidos da Finlândia apoiam construção de cerca na fronteira com a Rússia

País compartilha mais de 1.340 quilômetros de fronteira com território russo, a maior extensão na União Europeia

Por Matheus Deccache 19 out 2022, 15h35
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  • Os principais partidos políticos da Finlândia deram apoio nesta quarta-feira, 19, para a construção de uma cerca ao longo de partes da fronteira com a Rússia, informou a mídia local. 

    A medida ocorre no mesmo dia em que a Noruega, vizinho que também compartilha fronteira com os russos, disse que prendeu a sétima pessoa suspeita de utilizar drones para fazer imagens de áreas restritas nos últimos dias. 

    + Finlândia fecha fronteira para turistas russos durante fuga da convocação

    O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, disse que é “obviamente inaceitável que a inteligência estrangeira voe drones” sobre o país depois que a polícia anunciou que o filho de um confidente próximo do presidente Vladimir Putin havia sido detido na última segunda-feira, 17.

    A emissora de televisão finlandesa YLE disse que a decisão de construir as cercas foi tomada após reunião da primeira-ministra, Sanna Marin, com líderes de partidos políticos na noite da última terça-feira. A proposta havia sido feita pela guarda de fronteira da Finlândia no mês passado. 

    Helsinque está cada vez mais preocupada com o aumento no número de travessias ilegais em larga escala, principalmente depois da fuga de milhares de russos quando Putin anunciou uma mobilização parcial para convocar 300.000 reservistas militares para lutar na guerra na Ucrânia. 

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    A Finlândia compartilha mais de 1.340 quilômetros de fronteira com a Rússia, sendo a mais longa de qualquer país da União Europeia. 

    + ‘Existe chance de a guerra se expandir além da Ucrânia’, diz Finlândia

    Há ainda a preocupação de que o Kremlin possa implantar uma migração em massa como uma forma de guerra híbrida, a exemplo do que Belarus foi acusada de fazer no ano passado, quando enviou milhares de imigrantes para os territórios da Polônia, Lituânia e Letônia. 

    “Estávamos de acordo sobre a necessidade. Agora, o governo trará propostas concretas ao parlamento. É uma questão de garantir a vigilância adequada da fronteira da Finlândia. Queremos garantir que nossa guarda de fronteira tenha apoio suficiente para realizar um controle de fronteira apropriado e eficaz, e precisamos estar preparados para quaisquer situações perturbadoras”, disse Marin após a reunião. 

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    Em setembro, a guarda da fronteira finlandesa propôs a construção de uma cerca com vários metros de altura revestida de arame farpado, além de câmeras de vigilância e sensores de movimento ao longo de 260 quilômetros da fronteira – o equivalente a 20% do total. 

    A cerca teria como objetivo proteger áreas identificadas como de risco potencial de migração em grande escala da Rússia, principalmente no sudeste da Finlândia, onde a maior parte do tráfego cruza a fronteira. 

    + Se for atacada pela Rússia, Finlândia irá revidar, diz chefe da Defesa

    Segundo estimativas do órgão, o projeto levaria até quatro anos para ser concluído e poderia custar várias centenas de milhões de euros. A aprovação final para a fase principal pode ser adiada até abril, data das eleições parlamentares no país. 

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    O projeto ganhou força após a situação vivida pela Noruega, que prendeu sete cidadãos russos em pouco mais de uma semana sob suspeita de mapear e fotografar áreas ilegais e de instalações de infraestrutura crítica. O governo norueguês está em alerta máximo desde a explosão registrada nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que é tratada como um ato de sabotagem. 

    Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, alertou que a demora na ratificação do pedido de Helsinque para entrar na Otan por parte do governo turco estava colocando seu país em risco. 

    + Erdogan cita chances de barrar entrada de Finlândia e Suécia na Otan

    A Turquia, juntamente com a Hungria, são os únicos membros que ainda não aprovaram o pedido em conjunto de Finlândia e Suécia para fazer parte da aliança. Para aceitar, o presidente turco Tayyip Erdogan exigiu que ambos os países extraditem de seu território para a Turquia o que Ancara considera terroristas curdos.

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