O Partido Comunista de China aprovou nesta quinta-feira, 11, uma resolução histórica que consolida a liderança absoluta do secretário-geral da legenda e presidente do país, Xi Jinping. O texto cria bases para um terceiro mandato de Xi, o qual deverá ser confirmado em um ano, no próximo Congresso da legenda, e cimenta sua posição como o líder mais poderoso desde Mao Tsé-Tung.
O documento foi aprovado durante o encerramento de uma reunião de quatro dias do Comitê Central do PCC em Pequim. Foi a primeira resolução publicada pelo grupo em 40 anos e apenas a terceira na história. O mecanismo só foi usado anteriormente em 1945, para alçar Mao à liderança do partido, e em 1981, quando Deng Xiaoping oficializou o início do período de reforma e abertura do país.
Segundo o texto, divulgado pela agência estatal de notícias Xinhua, o plenário apostou por “manter, de forma decidida, a posição central do camarada Xi Jinping” no PCC. “Os avanços e a experiência histórica acumulada até agora nos permitem entrar em uma nova viagem, para construir um país socialista moderno em todos os aspectos”, aponta o o partido.
Nenhum outro líder ocupou o cargo máximo da hierarquia chinesa durante três mandatos, nem mesmo Mao Tsé-Tung, considerado o fundador da República Popular da China. Xi é secretário-geral do PCC desde 2012 e presidente da China desde 2013.
Na resolução, o partido destaca que “o contexto internacional é cada vez mais complexo e grave”, na comparação com períodos anteriores, com os esforços para controlar a pandemia da Covid-19 sendo classificados como “extremamente difíceis”. O Partido Comunista alerta que é necessário “avançar em uma só voz”, sob a liderança de Xi, e admite que é preciso “melhorar a capacidade de responder aos riscos e desafios”.
A cúpula do PCC ainda defende a promoção da “autossuficiência científica e tecnológica, a prosperidade comum e o desenvolvimento de alta qualidade”. “Somente o socialismo pode salvar a China, e somente o socialismo pode desenvolver a China”, diz a nota.
Por fim, o documento enfatiza a “vitória” da campanha contra a corrupção liderada por Xi Jinping, assim como o “fortalecimento da segurança nacional”, em referência a Hong Kong, que o texto afirma ter “passado do caos a ordem”, após os protestos registrados em 2019.
Sobre Taiwan, que a China reclama a soberania, o Partido Comunista reitera que não há espaço para a independência e garante seguir se opondo a “qualquer interferência de forças externas”.