Depois de quase um ano do pedido da Finlândia para se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Parlamento da Turquia ratificou nesta quinta-feira, 30, a solicitação de ingresso do país, pondo um fim no último obstáculo para adesão do país nórdico à principal aliança militar ocidental. Dias depois do Parlamento da Hungria ter endossado a adesão de Helsinque, todos os 276 legisladores turcos presentes votaram a favor da candidatura do país.
Após a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro do ano passado, a Suécia e Finlândia romperam o histórico de não-alinhamento militar ao solicitar uma adesão conjunta à Otan. A Turquia, contudo, travou a aprovação do pedido devido a conflitos com Estocolmo.
Depois de negociações, Erdogan elogiou os “passos concretos” dados pela Finlândia em relação à segurança da Turquia, mas reforçou a negativa à entrada da Suécia. O principal entrave está ligado à recusa do país em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
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A Suécia tem uma diáspora curda maior que a Finlândia e tem uma disputa mais séria com Ancara, principalmente depois de Erdogan ter feito uma distinção clara entre as candidaturas dos países nórdicos. Além disso, Turquia enfureceu-se com uma série de manifestações de Estocolmo, incluindo feita por um ativista anti-islâmico durante um protesto que queimou o Alcorão do lado de fora da embaixada turca.
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De acordo com as autoridades turcas, a Finlândia, ao contrário da Suécia, cumpriu suas obrigações sob um memorando assinado no ano passado, segundo o qual os dois países se comprometeram a abordar as preocupações de segurança da Turquia.