A maioria das pessoas acha que o mundo é mais perigoso hoje do que há dois anos, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (10) pela Fundação Global Challenges. De acordo com o estudo, seis a cada 10 pessoas entrevistadas responderam que se sentem menos seguras diante da violência derivada de divergências políticas e armas de destruição em massa.
Os dados mostram que conflitos, armas químicas ou nucleares são vistos como riscos maiores do que o crescimento populacional ou o aquecimento global.
Esses resultados vêm a público em um momento em que os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se preparam para o encontro desta quarta-feira (11), em meio à crescente tensão entre Estado Unidos e outros membros do bloco, que pedem a redução dos gastos com defesa comum.
“Está claro que o nosso atual sistema de cooperação global não está mais fazendo as pessoas se sentirem seguras”, disse Mats Adersson, vice-presidente da Fundação Global Challenges em comunicado. Segundo ele, a turbulência entre as potências da Otan e Rússia, os conflitos na Síria, Iêmen e Ucrânia e as tensões nucleares dos Estados Unidos com a Coreia do Norte e o Irã estão fazendo com que as pessoas não se sintam seguras.
Outra pesquisa realizada pela mesma fundação após o encontro do líder norte-coreano, Kim Jong-un, com o presidente americano, Donald Trump, apontou que o evento foi considerado reconfortante. Dos cerca de 5.000 entrevistados, pouco menos de um terço contou que se sentiu menos preocupado com o uso de armas de destruição em massa após o encontro.
“A guerra é mais provável”, disse Patrícia Lewis, diretora de segurança internacional do instituto Chatham House, que também participou do estudo. “Nós temos uma boa quantidade de instabilidades, que muitas vezes é um precursor para guerras.”
Fundada para deter a ameaça soviética em 1949, a Otan é baseada em cooperação profunda com os EUA, que fornecem segurança para a Europa com seus arsenais nucleares e tradicionais.