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Papa se une a Meloni para pedir que italianos tenham mais filhos, não pets

Segundo pontífice, país está ameaçado por um 'inverno demográfico' após escolhas 'egoístas' de casais sobre ter ou não filhos

Por Da Redação
12 Maio 2023, 14h14
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  • A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o papa Francisco se uniram nesta sexta-feira, 12, para incentivar os italianos a terem mais filhos, em meio à queda de natalidade no país. Durante uma conferência pró-família, o pontífice pediu também para que ações públicas sejam destinadas para inverter o “inverno demográfico” que preocupa autoridades locais.

    Segundo Francisco, o país está ameaçado por escolhas “egoístas” de casais sobre ter ou não filhos. No ano passado, a Itália registrou o menor número de nascimentos, 392.598, desde que foi unificada. Somado ao elevado número de mortes, que ultrapassa 713.000 pessoas, o território italiano caminha para a ruína do seu sistema previdenciário.

    O papa aproveitou a ocasião para criticar casais que optam por ter apenas animais de estimação e solicitou que a população procure focar em “plantar o futuro” com esperança. Ele disse, ainda, que os italianos não devem “resignar à monotonia estéril e ao pessimismo” de que seria impossível reverter os padrões demográficos.

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    “Menos crianças estão nascendo e isso significa empobrecer o futuro de todos”, alertou. “Não acreditemos que a história já está marcada, que nada pode ser feito para reverter a tendência.”

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    Com o lema “Deus, pátria e família”, Meloni chegou ao poder no ano passado a partir de agendas conservadoras e da defesa da família. Seu governo tem participado de uma ampla campanha para promover pelo menos 500.000 nascimentos anualmente até 2033, bem como reduzido o número de impostos para aumentar o poder de compra. Segundo especialistas, o aumento de natalidade esperado pela premiê seria capaz de evitar o colapso da economia italiana.

    A primeira-ministra de extrema-direita defende, no entanto, que o nascimento deve ser incentivado sem recorrer às barrigas de aluguel, em uma forma de aceno aos políticos contrários ao registro de bebês com os nomes de pais do mesmo sexo.

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    “Queremos uma nação onde não seja mais escandaloso dizer que – quaisquer que sejam as escolhas legítimas e livres, as inclinações de cada pessoa – todos nascemos de um homem ou de uma mulher”, destacou. “Onde não é tabu dizer que a maternidade não está à venda, que o útero não está para alugar e os filhos não são produtos de venda livre que você pode escolher na prateleira como se estivesse no supermercado e talvez devolver se depois o produto não corresponde ao que você espera.”

    Apesar de impulsionar a natalidade para aumentar o percentual de trabalhadores ativos no futuro, Meloni ignorou a chegada de imigrantes à Itália como forma de controlar as tendências demográficas durante a sua participação no evento. O alto fluxo migratório, contudo, ainda não seria suficiente para abrandar os problemas italianos, de acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estatística da Itália (ISTAT), Gian Carlo Blangiardo.

    “Mesmo com 260.000 imigrantes adicionais a cada ano, conforme previsto pelo Eurostat, ainda assim perderemos facilmente de 5 a 6 milhões de habitantes”, disse o especialista ao alertar para a queda de quase 10 milhões de habitantes até 2070.

    Cunhado de Meloni e ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida gerou uma série de protestos nas últimas semanas ao alegar que “substituição étnica” ocorreria caso o italianos não aumentarem sua taxa de natalidade, fazendo referência ao número de imigrantes no país. Em abril, a premiê declarou estado de emergência imigratória no país por seis meses, após uma reunião do Conselho de Ministros.

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