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Papa pede a bispos ‘tolerância zero’ com abuso sexual

Francisco disse que Igreja reconhece abusos praticados por alguns de seus membros: "pecado que nos envergonha"

Por Da redação
Atualizado em 2 jan 2017, 16h21 - Publicado em 2 jan 2017, 16h12
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  • O papa Francisco disse aos bispos ao redor do mundo que eles devem aderir à política de tolerância zero para clérigos que abusem sexualmente de crianças e pediu perdão por “um pecado que envergonha a todos nós”. Em uma carta enviada em 28 de dezembro, mas divulgada pelo Vaticano apenas nesta segunda-feira, Francisco disse: “Eu gostaria que renovássemos nosso comprometimento total em garantir que estas atrocidades não aconteçam mais em nosso meio”.

    Desde que assumiu o posto máximo da Igreja Católica, em 2013, o papa Francisco adotou algumas medidas para extirpar o abuso sexual da Igreja Católica e implementou práticas para proteger as crianças. Mas associações de vítimas dizem que ele não fez o suficiente, principalmente para responsabilizar bispos que toleraram ou acobertaram abusos sexuais.

    “(A Igreja Católica) reconhece os pecados de alguns de seus membros: os sofrimentos, as experiências e a dor de menores que foram abusados sexualmente por padres. É um pecado que nos envergonha”, escreveu o papa na carta.

    “Gostaria que renovássemos o nosso compromisso de garantir que estas atrocidades já não ocorram em nosso meio. Vamos encontrar a coragem para tomar todas as medidas necessárias e proteger de todas as formas a vida dos nossos filhos, Crimes nunca podem ser repetidos. Nesta área, vamos aderir, clara e fielmente, a ‘tolerância zero’,” disse ele.

    Os comentários, inclusos em uma carta sobre a situação de crianças vulneráveis em geral, foram alguns dos mais abrangentes que ele fez sobre os abusos.

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    Francisco, que se encontrou com vítimas de abuso sexual diversas vezes, tanto no Vaticano quanto em algumas de suas viagens ao exterior, disse: “Nós nos juntamos à dor das vítimas e choramos por este pecado – o pecado que aconteceu, o pecado de ter falhado em ajudar, o pecado de ter acobertado e negado, o pecado do abuso de poder”.

    Em 2015, o papa Francisco ordenou o julgamento e excomunhão de um arcebispo polonês acusado de pagar por sexo com menores de idade na República Dominicana. Ele também aprovou o estabelecimento de um tribunal no Vaticano para julgar os bispos acusados de acobertarem abuso sexual ou não impedi-lo, mas a proposta está parada até o momento.

    Os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja explodiram em 2002, quando foi descoberto que bispos norte-americanos transferiam abusadores de paróquia em paróquia em vez de expulsá-los. Escândalos semelhantes foram descobertos mais tarde em todo o mundo e dezenas de milhões de dólares foram pagos em indenizações.

    (com Reuters)

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