O papa Francisco aceitou a renúncia de três bispos chilenos por causa dos escândalos de abuso sexual, informou o Vaticano nesta segunda-feira (11). Entre eles está o bispo Juan Barros, de Osorno, acusado de acobertar casos que envolviam sacerdotes sob seu comando.
Em uma decisão sem precedentes, todos os 34 bispos do Chile ofereceram uma renúncia em massa no mês passado, depois de comparecerem ao Vaticano para uma reunião de crise com o papa sobre alegações de encobrimento de casos de abuso sexual no país.
O papa havia anteriormente chamado ao Vaticano, para longas conversas, três vítimas de abusos. Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Andrés Murillo foram vítimas do padre Fernando Karadima. “Pedimos ao papa que não hesite em puni-los, não por terem cometido um pecado, mas por terem cometido um crime, um crime contra a sociedade”, declarou Murillo, que trabalha com menores vítimas de abusos, ao final do encontro, em maio.
Não está claro se o papa irá aceitar outras renúncias. Além de Barros, ele concordou com a saída de Cristian Caro Cordero, bispo de Puerto Montt, e de Gonzalo Duarte García de Cortázar, bispo de Valparaiso. Mas curiosamente, não incluiu os cardeais Javier Errázuriz, apontado por James Hamilton como o principal responsável por acobertar os crimes do padre Karadima durante cinco anos, e Ricardo Ezzati.
As vítimas defendem igualmente a abertura de um processo na Justiça do Chile contra os sacerdotes envolvidos, como vem acontecendo na Austrália, onde o cardeal George Pell tornou-se a mais alta autoridade da Igreja a julgada. “Nós gostaríamos (de um processo) contra Errázuriz, bem como contra (o cardeal Ricardo) Ezzati. Todos na prisão por encobrimento”, disse Hamilton.
(Com Reuters)