A Organização das Nações Unidas publicou nesta segunda-feira, 13, um relatório em que estimaa que até 132 milhões de pessoas podem sofrer de fome até o final de 2020, devido aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19.
“A pandemia da Covid-19 pode adicionar entre 83 e 132 milhões de pessoas ao número total de subnutridos no mundo em 2020, dependendo do cenário de crescimento econômico”, diz a organização.
A projeção foi feita levando-se em consideração a retração da economia mundial ao longo do ano e corresponde aos níveis mínimo e máximo de queda no PIB do planeta, que, segundo a ONU, deve ficar entre 1,4% e 6,5%.
“O progresso no combate à fome para, a pandemia do COVID-19 está intensificando as vulnerabilidades e inadequações dos sistemas alimentares globais”, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em comunicado.
“A recuperação [econômica] esperada em 2021 diminuiria o número de subnutridos, mas este ainda estaria acima do que era esperado sem a pandemia”, acrescenta o relatório.
Antes da pandemia, quase 690 milhões de pessoas — o equivalente a cerca de 9% do população mundial — estava subnutrida ou em situação de fome, ou seja, não consumia uma quantidade de calorias suficientes para viver um vida “normal, ativa e saudável”
Insegurança alimentar
Outro índice importante das Nações Unidas para se medir a situação da fome no mundo é o “nível de insegurança alimentar”, que também foi tratado no relatório publicado nesta segunda-feira, e já vinha subindo gradualmente nos últimos anos.
Ao todo, em 2019, cerca de 2 bilhões de pessoas — o equivalente a mais de 25% do população mundial — se encontravam sob algum nível de insegurança alimentar.
Com 1 bilhão desses casos, a Ásia é o continente mais afetado. Já a América Latina e o Caribe são a região em que a insegurança alimentar mais cresceu entre 2014 e 2019.
Em 2014, menos de 25% da população da América Latina e do Caribe sofriam de insegurança alimentar. O índice subiu para quase 32% até o final de 2019 devido, segundo o relatório, a um “aumento drástico na América do Sul“.