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Pandemia criou ‘crise de saúde mental’ inédita nas Américas, diz OMS

Chefe de escritório regional afirmou que impactos sociais e econômicos da Covid-19 também provocaram aumento de casos de violência doméstica

Por Da Redação Atualizado em 18 ago 2020, 14h58 - Publicado em 18 ago 2020, 14h43
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  • Depressão, ansiedade, estresse: a pandemia de Covid-19 causou uma “crise de saúde mental” sem precedentes em todo o continente americano, alertou nesta terça-feira, 18, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A crise se dá especialmente pelos seis meses de lockdowns e de medidas rígidas de confinamento em diversos países. 

    “A pandemia de Covid-19 provocou uma crise de saúde mental em nossa região em uma escala que nunca vimos antes”, disse Carissa Etienne, diretora do escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), em teleconferência em Washington

    De acordo com pesquisas da agência, aproximadamente metade dos adultos estão estressados devido à pandemia nos três países americanos mais afetados pelo coronavírus: Estados Unidos, Brasil e México. Isso aumentou o consumo de drogas e de álcool, o que “pode agravar problemas de saúde mental”, alertou Etienne.

    Para combater esta tendência, é preciso expandir serviços de saúde mental e priorizá-los como parte da resposta à pandemia, segundo a especialista. Muitas pessoas estão estressadas pelo medo de poderem ser infectadas pelo novo coronavírus, enquanto muitas pessoas, como médicos e enfermeiros, estão trabalhando muitas horas e arriscando suas vidas. 

    Além disso, as medidas para conter a pandemia, somadas aos impactos sociais e econômicos do vírus, “estão aumentando os riscos de violência doméstica: a casa não é um local seguro para muitos”, disse a diretora, destacando o aumento de pedidos de ajuda por abusos na Argentina, Colômbia e México.

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    Por outro lado, devido à interrupção de certos serviços de apoio e ao isolamento das vítimas, “é provável que o alcance real da violência doméstica durante a Covid-19 seja subestimado”, disse.

    “Com contato reduzido com amigos e familiares ou barreiras no acesso a serviços ou abrigos, estamos deixando sobreviventes sem nenhum lugar para irem”, alertou. 

    Para a chefe da agência, as crescentes necessidades de atenção da saúde mental e os recursos reduzidos para abordá-las criam uma “tempestade perfeita” em muitos países.

    “É urgente que o apoio à saúde mental seja considerado um componente fundamental da resposta à pandemia”, pediu.

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    Com quase 11,5 milhões de casos e mais de 400.000 mortos, o continente americano continua sendo o mais afetado pela Covid-19 no mundo, com 55% dos novos casos registrados na semana passada, segundo dados da Opas.

    “As Américas têm aproximadamente 13% da população mundial, mas somam até agora 64% das mortes mundiais registradas oficialmente”, disse Etienne. 

    Os Estados Unidos e o Brasil são os países mais afetados, mas têm-se observado uma tendência crescente em regiões estáveis há várias semanas, como o Caribe. Entre os países que registraram novos casos, ela destacou a República Dominicana, Jamaica, Bahamas e Trinidad e Tobago, além do Peru.

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