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Palestina diz que vai se declarar um Estado se Israel anexar Cisjordânia

Apesar de ser mais simbólica do que vinculante, resposta palestina antecipa tentativa de anexação israelense de territórios ocupados

Por Da Redação
9 jun 2020, 17h23
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  • Mulher ergue bandeira palestina em meio a protesto na fronteira da Faixa de Gaza com Israel (Mohammed Salem/Reuters)

    A Palestina anunciou nesta terça-feira, 9, que irá se autoproclamar um Estado independente se o novo governo de Israel seguir adiante com o plano elaborado junto aos Estados Unidos, para a anexação dos territórios palestinos ocupados ilegalmente após a guerra de seis dias, em 1967.

    O primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, descreveu o plano israelense como uma “ameaça existencial” a décadas do esforço diplomático internacional em conquistar um tratado que possibilite a coexistência dos dois lados.

    “O que nós queremos é que Israel sinta a pressão internacional” ao tentar anexar os territórios ocupados. “Pela primeira vez, os europeus estão discutindo sanções contra Israel à nosso pedido”, disse Shtayyeh.

    Embora a União Europeia se oponha ao projeto de anexação, o bloco não anunciou medidas contra o plano israelense. Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, fará uma visita a Jerusalém e Jordânia, e o assunto será um dos pontos principais da viagem, uma vez que o governo alemão será o próximo a presidir a Comissão Europeia no início de julho.

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    Os territórios ocupados militarmente por Israel são considerados ilegais pela comunidade internacional desde 1967. Israel, por outro lado, envia colonos para os territórios ocupados na Cisjordânia e incentiva a construção de assentamentos, também considerados ilegais. Com a chegada ao poder de Donald Trump, que afirma ser o presidente americano mais à favor de Israel em todos os tempos, o Estado judeu começou a receber mais apoio internacional, como a Guatemala e o Brasil, que abandonou a tradição diplomática nas Nações Unidas para favorecer Tel Aviv.

    O plano elaborado por Trump e pelos israelenses, sem a consulta ou participação palestina, será a base da estratégia que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Benny Gantz, irão revelar no início de julho.

    Não será a primeira vez que a Palestina irá se declarar um Estado independente de Israel. Em 1988 o país se declarou independente, mas foi somente em 2012 que o território recebeu o status de membro observador das Nações Unidas. No entanto, a declaração é mais simbólica do que vinculante. Uma vez que não há acordo para de paz, não há reconhecimento integral da comunidade internacional sobre a soberania de um Estado palestino.

    O plano de Trump, celebrado pelos americanos e israelenses como “o acordo do século”, prevê pouca ou nenhuma soberania aos palestinos, além de segregar a população árabe em bolsões ligados por rodovias ou linhas de trem, e a negação da formação de um Exército nacional palestino ou a autonomia para a política externa. Um dos pontos vetados por Israel é o direito de retorno. Estima-se que haja mais de três milhões de refugiados palestinos pelo mundo.

    Outro ponto crucial na proposta americana é o reconhecimento de toda a Jerusalém como capital de Israel, o que vai na contramão do consenso internacional. Tanto palestinos quanto israelenses reivindicam a cidade sagrada para as três religiões abraâmicas (cristianismo, judaísmo e islamismo) como sua capital. Atualmente, a parte Oriental da cidade é gerida pelos árabes. Os Estados Unidos e a Guatemala foram os únicos países a reconhecerem a cidade histórica como capital de Israel. O governo brasileiro, apesar de demonstrar interesse de seguir os americanos, ainda defende a solução de dois estados em um acordo de paz negociado entre as partes.

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    Após a divulgação do plano, a Autoridade Palestina rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos e saíram de todos os acordos até então assinados com americanos e israelenses.

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