O pai do autor do massacre que matou quatro pessoas em uma escola na Geórgia, nos Estados Unidos, foi preso e formalmente acusado de assassinato nesta sexta-feira, 6. Colin Gray, de 54 anos, é investigado por supostamente ter comprado uma arma estilo AR (um fuzil semiautomático) como um presente para seu filho, Colt, de 14 anos, em dezembro do ano passado, de acordo com a emissora americana CBS.
Segundo a promotoria, as ações do pai “permitiram que ele (Colt) possuísse uma arma”, que teria sido utilizada no atentado, ocorrido na quarta-feira 4. Acredita-se que Colin enfrente as mais duras penas já aplicada em casos do gênero. Colt, por sua vez, enfrenta quatro acusações de assassinato por ter matado dois professores e dois alunos na Apalachee High School, em Winder. Outras nove pessoas ficaram feridas.
Em coletiva, o xerife do Condado de Barrow, Jud Smith, anunciou que os feridos estão em recuperação e que parte deles já havia recebido alta na quinta-feira 5. Os estudantes Mason Schermerhorn e Christian Angulo, ambos de 14 anos, e os professores Richard Aspinwall, 39, e Christina Irimie, 53, não resistiram aos tiros.
Testemunhas indicaram que o suspeito deixou a aula de matemática na parte da manhã, mas tentou retornar à classe mais tarde. Quando foram abrir a porta trancada para Colt, alguns dos alunos viram a arma. Em seguida, foram ouvidos de 10 a 15 tiros. Dois policiais da escola enfrentaram o adolescente, que imediatamente se rendeu.
+ Tiroteio em escola da Geórgia, nos EUA, deixa ao menos quatro mortos
Alerta do FBI
Em maio de 2023, o FBI alertou a polícia de Winder sobre ameaças online para um tiroteio em uma escola, na plataforma Discord, vindas da casa de Colt, com 13 anos na época. A tradução do nome do usuário, que estava em russo, era o sobrenome do responsável pelo massacre na Escola Elementar Sandy Hook, em Connecticut, em 2012, que deixou 26 mortos.
Entre as promessas de atentados, estavam imagens de armas, o que fez agentes visitarem a casa da família Gray. Na época, o pai do menino afirmou que era dono de armas, mas que o filho não tinha acesso a elas sem supervisão. No relatório da visita, um policial descreveu Colt como “reservado” e “calmo”, acrescentando que ele alegou que sua conta havia sido hackeada e garantiu “que nunca fez nenhuma ameaça de atirar em nenhuma escola”.
O documento também mostra que Colin indicou que o filho sofria bullying e enfrentava dificuldades pelo divórcio dos pais. Ele morava com o pai. A dupla costumava caçar e há uma foto de Colt com sangue de veado nas bochechas. Seu avô materno, Charlie Polhamus, disse ao jornal americano The New York Times que seu “neto fez o que fez por causa do ambiente em que vivia”, em referência ao divórcio tumultuado, mas que Colt deve “pagar o preço por isso”.
A lei estadual permite que menores de 13 anos enfrentem processos como adultos por determinados crimes. Ou seja, caso considerado culpado, ele pode ser alvo de penas severas.