A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal aliança militar do Ocidente, anunciou nesta quarta-feira, 26, a nomeação oficial do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, para o cargo de secretário-geral.
Rutte, 57 anos, assumirá o cargo em 1º de outubro, após o fim do mandato de Jens Stoltenberg, da Noruega, que está à frente da Otan há uma década. Ele disse que espera assumir o cargo “com grande vigor”.
O premiê holandês recebeu apoio unânime de todos os 32 membros da Otan na semana passadal, após seu único rival, o presidente romeno, Klaus Iohannis, se retirar da disputa.
“A aliança é e continuará sendo a pedra angular da nossa segurança coletiva. Liderar esta organização é uma responsabilidade que não assumo levianamente”, escreveu Rutte em suas redes sociais.
Inicialmente, os países do leste da Europa foram relutantes em apoiar a candidatura de Rutte, argumentando que o cargo deveria ser ocupado por algum politico da região pela primeira vez, mas acabaram sendo favoráveis à nomeação.
Rutte ocupa o cargo de primeiro-ministro da Holanda há 13 anos, o mandato mais longo do país. No ano passado, ele anunciou sua saída da política holandesa, mas seguirá no poder até a posse do novo governo, prevista para acontecer em julho.
“Mark é um verdadeiro transatlanticista, um líder forte e um construtor de consenso”, disse Stoltenberg. “Sei que estou deixando a Otan em boas mãos.”
Mandato desafiador
Em meio à guerra na Ucrânia, Rutte ocupará a difícil posição de, ao mesmo tempo, ter que demonstrar o apoio dos membros da Otan e evitar um conflito direto da aliança militar com a Rússia. O premiê holandês é um forte apoiador da Ucrânia e crítico vocal ao presidente russo, Vladimir Putin.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também demonstrou apoio ao premiê holandês em fevereiro, afirmando que ele “tem uma profunda compreensão da importância da aliança, é um líder e comunicador nato, e sua liderança serviria bem à aliança neste momento crítico”.
No entanto, a relação entre Otan e Washington pode ser afetada caso o ex-presidente americano Donald Trump ganhe as eleições presidenciais em novembro. Trump já afirmou que, caso retorne à Casa Branca, se recusará a proteger qualquer um dos Estados-membros que não cumprirem com suas obrigações financeiras com a aliança, em referência à necessidade do investimento de 2% do PIB na área de segurança. O republicano acrescentou que mandaria a Rússia “fazer o que diabos eles quiserem” com os países que falharem na meta.