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Oposição vence eleição na Groenlândia, sob a sombra de Trump

Partido pró-negócios favorece abordagem lenta para a independência do território ultramarino dinamarquês

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 mar 2025, 07h56

O partido de oposição pró-negócios Demokraatit venceu as eleições na Groenlândia na terça-feira 11, após uma campanha que foi assombrada pelas promessas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o controle da ilha no Ártico. A legenda de centro-direita favorece uma abordagem mais lenta para a declaração de independência do território, que ainda pertence à Dinamarca, outro dos principais temas da corrida eleitoral.

O Demokraatit garantiu 29,9% dos votos com todas as cédulas contadas, um disparo de mais de vinte pontos percentuais em relação ao último pleito, de 2021. Ficou à frente do outro partido de oposição, o Naleraq, que favorece um processo de independência mais rápido e acabou com 24,5% dos votos. Juntos, eles superaram as siglas governistas.

“As pessoas querem mudança. Queremos mais negócios para financiar nosso bem-estar”, disse Jens-Frederik Nielsen, líder do Demokraatit e ex-ministro da Indústria e Minerais. “Não queremos independência amanhã, queremos uma boa base”, acrescentou durante o discurso de vitória em Nuuk, a capital.

Nielsen agora vai precisar negociar alianças com outros partidos, no intuito de formar um governo. O partido no poder, o Inuit Ataqatigiit, e seu parceiro, o Siumut, que também defendem um caminho mais lento para a independência, obtiveram 36% dos votos em conjunto, uma queda de mais de 30 pontos percentuais em relação a 2021.

“Respeitamos o resultado da eleição”, disse o atual primeiro-ministro, Mute Egede, do Inuit Ataqatigiit, em uma postagem no Facebook, acrescentando que ouviria quaisquer propostas nas próximas negociações de coalizão.

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Disputa geopolítica

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Donald Trump prometeu tornar a Groenlândia – um território semiautônomo da Dinamarca – parte dos Estados Unidos, caracterizando a medida como vital para os interesses de segurança americanos. A ideia é rejeitada pela maioria dos groenlandeses.

A vasta ilha, com uma população de apenas 57 mil habitantes, foi pega no fogo cruzado de uma corrida geopolítica pelo domínio no Ártico, onde o derretimento das calotas polares está tornando seus recursos (minerais, petróleo e gás) mais acessíveis, além de abrir novas rotas mais rápidas de navegação. Tanto a Rússia quanto a China intensificaram a atividade militar na região.

A Groenlândia é uma antiga colônia dinamarquesa e é um território desde 1953. A ilha ganhou alguma autonomia em 1979, quando seu primeiro parlamento foi formado, mas Copenhague ainda controla relações exteriores, defesa e política monetária e fornece quase US$ 1 bilhão por ano para sua economia. Em 2009, seus moradores ganharam o direito de declarar independência total por meio de um referendo, mas ainda há muita preocupação de que os padrões de vida cairiam sem o apoio econômico da Dinamarca.

“Acredito fortemente que muito em breve começaremos a viver uma vida mais baseada em quem somos, com base em nossa cultura, com base em nossa própria língua, e começaremos a fazer regulamentações com base em nós, não com base na Dinamarca”, disse Qupanuk Olsen, candidato do partido Naleraq.

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