Maioria esmagadora da Groenlândia rejeita anexação pelos EUA, diz pesquisa
Proposta de Donald Trump é rechaçada por 85% da população da ilha no Ártico; apenas 6% demonstra interesse em uma mudança de status
Uma pesquisa realizada na Groenlândia refutou declarações recentes do presidente Donald Trump, que sugeriu que os habitantes da ilha no Ártico gostariam de se separar da Dinamarca para se tornar parte dos Estados Unidos. O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 29, pelo Berlingske, um dos principais jornais dinamarqueses, também mostrou que a maior parte da população vê com desconfiança o interesse americano.
De acordo com o levantamento, 85% dos groenlandeses se opõem à ideia de que o território semiautônomo deixe o reino da Dinamarca para se tornar parte dos Estados Unidos. Apenas 6% demonstram interesse em uma mudança de status, enquanto 9% permanecem indecisos.
Kasper Møller Hansen, pesquisador eleitoral e professor de ciência política da Universidade de Copenhague, destacou que os resultados deixam claro que a realidade é bem diferente do que foi sugerido pelo presidente dos Estados Unidos. “Comparado com as declarações de Donald Trump, esta pesquisa apresenta uma evidência clara de que a realidade é outra”, afirmou Hansen ao Berlingske.
Além disso, o estudo revelou que 45% dos groenlandeses consideram a aproximação dos Estados Unidos uma ameaça, e apenas 8% estariam dispostos a trocar a cidadania americana pela dinamarquesa.
Os dados refutam uma pesquisa anterior que circulou amplamente na mídia americana, sugerindo que 57% dos groenlandeses apoiariam a anexação aos Estados Unidos. Esse estudo chegou a ser citado mais de 300 vezes pela mídia russa, como parte de uma estratégia de propaganda.
“Não estamos à venda”
As declarações de Trump sobre a possibilidade dos Estados Unidos “comprarem” a Groenlândia geraram forte reação na ilha e convocaram uma reunião emergencial entre o governo groenlandês e dinamarquês para tratar da questão.
Embora a Groenlândia seja uma região autônoma, seus laços com a Dinamarca permanecem sólidos, e a nação europeia rapidamente expressou apoio à soberania da ilha e seu compromisso com a autonomia e os direitos da população local.
O líder da Groenlândia, Mute Egede, já reiterou diversas vezes que a ilha não está à venda.
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