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Oposição do Zimbábue não aceita vitória ‘ilegítima’ de Mnangagwa

Substituto de Mugabe recebeu 50.8% dos votos segundo dados oficiais, mas opositor garante que resultados são 'falsos'

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2018, 18h27 - Publicado em 3 ago 2018, 17h10
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  • O líder da oposição do Zimbábue, Nelson Chamisa, se negou nesta quinta-feira (3) a aceitar a vitória do atual presidente Emmerson Mnangagwa na eleição, que qualificou como “fraudulenta, ilegal e ilegítima”.

    O presidente recebeu 50.8% dos votos, contra 44,3% de Chamisa, segundo a Comissão Eleitoral.

    Em entrevista coletiva, o candidato presidencial do Movimento pelo Mudança Democrática (MDC) reiterou que os resultados, anunciados nesta madrugada, são “falsos”. Ele disse possuir provas das fraudes e afirmou que uma apuração alternativa de sua legenda demonstraria sua vitória com 2,3 milhões de votos.

    O prazo para impugnar os resultados termina em sete dias e, embora Chamisa tenha evitado confirmar se irá à Justiça, antecipou que buscará “a anulação desses resultados e tomará todas as medidas possíveis”.

    “Inclusive se formos aos tribunais, teremos muitas provas sobre a fraude nas eleições. Mostraremos as provas no momento oportuno”, disse Chamisa, que mencionou razões “legais e políticas” para não entregar agora os relatórios que supostamente provariam que Mnangagwa não obteve 2 milhões de votos.

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    Ao ser questionado sobre ter feito contato com o presidente eleito, o candidato opositor respondeu que tentou, “mas ele não está disponível. Queria pedir que aceitasse a derrota”. “Conhece o resultado, sabe que perdeu, tem que ser honesto e sincero. Não deve aceitar resultados corruptos”, afirmou.

    “É uma manipulação mal feita. (Robert) Mugabe pelo menos era sofisticado”, disse em referência ao ex-presidente que governou o país desde a sua independência em 1980 até a renúncia forçada em novembro.

    Mnangagwa é do mesmo partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (ZANU-PF).

    Liberdade de imprensa

    A entrevista coletiva de Chamisa começou mais tarde do que o previsto, porque soldados da unidade antidistúrbios da polícia invadiram o hotel onde o evento era realizado. Tentaram expulsar os jornalistas, alegando que deviam comprovar suas credenciais.

    A confusão só terminou quando o ministro zimbabuano de Informação, Simon Khaya Moyo, ordenou que os agentes fossem embora e não interrompessem a entrevista coletiva

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    Pouco depois, Mnangagwa publicou duas mensagens em sua conta do Twitter, nas quais garantiu que “as cenas vividas hoje não acontecem na nossa sociedade”, e anunciou uma “investigação urgente” sobre a intervenção policial.

    “Nos últimos nove meses, protegemos a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião e a liberdade de criticar o governo. É uma parte indispensável do novo Zimbábue. Não é negociável e não mudará. Ganhamos as eleições de maneira livre e justa e não temos nada que temer e nem que esconder. Qualquer um é livre de se dirigir aos meios quando quiser”, acrescentou.

    Embora as ruas da capital tenham amanhecido com relativa calma nesta sexta, nos últimos dias os protestos protagonizados por seguidores do MDC e reprimidos pela polícia e Exército deixaram pelo menos seis mortos.

    (Com EFE)

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