As forças armadas de mais de 15 países da América Latina, incluindo o Brasil, apreenderam nesta terça-feira, 18, cerca de 203 toneladas, ou US$ 5 bilhões, de cocaína e outras drogas, em uma operação de três semanas coordenada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Além disso, os policiais confiscaram mais de 8 mil armas de fogo e prenderam quase 15 mil pessoas.
De acordo com a Interpol, as prisões interromperam o funcionamento de diversas gangues influentes nas regiões. O esforço internacional, apelidado de Trigger IX, visava principalmente combater e interromper o tráfico ilícito de armas de fogo.
Diversos especialistas dos países participantes da operação se reuniram em um centro de operações em Foz do Iguaçu, cidade no Paraná que faz fronteira com a Argentina e o Paraguai. Durante o encontro, eles trocaram informações sobre o funcionamento de quadrilhas criminosas internacionais, como Primeiro Comando da Capital (PCC) – a maior organização criminosa do Brasil – e a Mara Salvatrucha – facção de El Salvador.
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Há muito tempo, a Interpol alerta que o contrabando de armas não só fortalece o poder das gangues, mas também alimenta suas atividades criminosas. Grupos criminosos no México, América Central e América do Sul estão cada vez mais bem armados, ao contrário da polícia local.
“O fato de uma operação visando armas de fogo ilícitas ter resultado em apreensões de drogas em massa é mais uma prova, se necessário, de que esses crimes estão interligados”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.
Os membros do PCC, por exemplo, já realizaram assaltos a bancos e fugas de prisões em grande escala. A quadrilha surgiu em São Paulo, mas se expandiu para operar internacionalmente e foi ligada ao assassinato de um promotor paraguaio enquanto ele estava em lua de mel na Colômbia.
Já a facção Mara Salvatrucha, também conhecida como MS-13, continua a controlar grande parte do tráfico humano, bem como o contrabando de drogas e armas na América Central. De acordo com a Interpol, sua operação levou à apreensão de grandes quantidades de munição, mesmo em países que até agora não foram associados à violência armada em larga escala.
A polícia do Uruguai encontrou 100 mil unidades de munição, a maior quantidade já apreendida no país. Segundo a Interpol, os armamentos foram contrabandeados para o país por dois cidadãos europeus. A ação, de acordo com a organização, destacou também a necessidade de compartilhamento internacional de inteligência.