O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu para que Israel abandone os planos de anexação da Cisjordânia, ao mesmo tempo em que parlamentares da União Europeia (UE) condenaram as diretrizes do novo governo de Benjamin Netanyahu. O primeiro-ministro deu sinais de que avançará na próxima semana com a iniciativa, baseada em um plano elaborado junto aos Estados Unidos.
“Se implementada, a anexação constituiria uma violação mais séria do direito internacional, prejudicaria gravemente a perspectiva de uma solução de dois Estados e reduziria as possibilidades de renovar negociações”, disse Guterres ao Conselho de Segurança da ONU. “Peço ao governo israelense que abandone seus planos de anexação”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, parlamentares de diversos países se juntaram para lançar um comunicado contra as intenções de Israel. Em uma carta aos chefes de governo e Estado da UE, os mais de 1.000 deputados e senadores afirmaram que uma anexação seria “fatal” para a paz no Oriente Médio.
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Clique e Assine“A anexação do território pela força não tem lugar em 2020”, disse o grupo de parlamentares, que inclui membros do Legislativo da Hungria e da República Checa, dois países simpáticos às causas de Israel. Embora a União Europeia (UE) se oponha ao projeto de anexação, o bloco não anunciou medidas contra o plano israelense.
Benjamin Netanyahu, definiu o dia 1º de julho como a data para o início das discussões de seu gabinete sobre a anexação. O governo israelense pretende seguir o plano elaborado pelo governo de Donald Trump e que prevê a soberania israelense sobre 30% da Cisjordânia. O projeto foi elaborado sem a participação de representantes palestinos.
Nesta quarta, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que Israel tem o sinal verde dos Estados Unidos para anexar as terras palestinas.
“Decisões sobre estender a soberania dos israelenses a esses locais cabem aos israelenses”, disse Pompeo à imprensa. “Estamos conversando com todos os países da região sobre como podemos administrar esse processo para o nosso objetivo de um estado final”, acrescentou.
A fala se deu momentos antes de as Nações Unidas e a Liga Árabe, durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, unirem-se para pedir que Israel abandone seus planos de anexação de partes da Cisjordânia ocupada.
Países árabes – principalmente a Jordânia, um aliado dos Estados Unidos – alertaram contra a indicação de Netanyahu sobre a anexação da Cisjordânia ocupada. As nações árabes insistem em que isso matará as perspectivas de paz na região.
(Com EFE e Reuters)