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ONU acusa rebeldes do Iêmen de desviar parte da ajuda humanitária

Materiais e alimentos enviados ao país são vendidos nos mercados da capital depois de serem desviados por uma organização controlada pelos houthis

Por Da Redação
31 dez 2018, 18h21
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  • O Programa Mundial de Alimentos (PMA), uma agência das Nações Unidas, acusou nesta segunda-feira, 31, os rebeldes houthis do Iêmen de desviar parte da ajuda humanitária destinada ao país em guerra.

    Se esse “comportamento criminoso” não parar, o programa pode interromper a sua colaboração com os rebeldes, disse a agência, com sede em Roma.

    Grande parte da ajuda destinada aos moradores de Sanaa, capital do país, controlada pelos rebeldes, nunca chegou ao seu destino, indicou o PMA em um comunicado.

    Vários relatórios estabeleceram que parte da ajuda, na realidade, é vendida nos mercados da capital depois de ser desviada por uma organização controlada pelos rebeldes e que foi encarregada pelo PMA de distribuir essa ajuda.

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    Também foram detectados desvios em outras regiões do país controladas pelos rebeldes houthis, apontou o PMA.

    “Este comportamento é equivalente a retirar o pão da boca de pessoas famintas”, disse o diretor-geral do programa, David Beasley, citado em um comunicado.

    A guerra no Iêmen entre os rebeldes xiitas houthis, apoiados pelo Irã, e as tropas leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi se intensificou em março 2015 com a intervenção da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita junto às forças pró-governo.

    Segundo o Banco Mundial, o conflito que começou em 2014 provocou uma dramática crise econômica, com uma contração do PIB de 50% desde 2015. A guerra também já deixou mais de 60.000 mortos, segundo o projeto Armed Conflict Location and Event Data (ACLED, na sigla em Inglês).

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    Um cessar-fogo acordado entre as forças governamentais e os rebeldes houthis no início de dezembro com a ajuda da ONU fracassou pouco tempo depois de entrar em vigor na cidade de Hodeida.

    Os rebeldes houthis denunciaram nesta segunda-feira que o Exército governamental e a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita que o apoia cometeram mais de 800 infrações desde que a trégua entrou em vigor no último dia 18.

    O porta-voz do movimento rebelde, o tenente-general Yehia Saria, afirmou violações aconteceram em vários pontos da cidade, onde foram lançados 52 mísseis e 451 projéteis de artilharia, enquanto a coalizão árabe realizou 75 voos nos céus da cidade portuária.

    Hodeida é uma importante cidade portuária do país, por onde entra grande parte dos alimentos e da ajuda humanitária para o Iêmen.

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    (Com AFP e EFE)

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