O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, disse nesta sexta-feira, 22, para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não “insultar” os poloneses. Na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, o líder ucraniano acusou os aliados de ajudarem a Rússia, após os mesmos — junto a outros países da Europa Central — terem proibido as importações de cereais ucranianos a fim de protegerem seus interesses comerciais.
“Quero dizer ao presidente Zelensky para nunca mais insultar os poloneses, como fez recentemente durante o seu discurso na ONU”, rebateu Morawiecki, para a agência de notícias estatal PAP.
A resposta do premiê não só acalora as tensões geopolíticas entre os países, como também vai na contramão das declarações do presidente da Polônia, Andrzej Duda, que parecia tentar aliviar o caos diplomático. Ele falou, ainda nesta sexta-feira, que a disputa em relação aos cereais não afetaria significativamente as boas relações bilaterais entre Kiev e Varsóvia.
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“Não tenho dúvidas de que a disputa sobre o fornecimento de cereais da Ucrânia ao mercado polonês é um fragmento absoluto de todas as relações”, e acrescentou, “não acredito que isso possa ter um impacto significativo sobre eles, por isso precisamos resolver este assunto entre nós,” disse o presidente Duda numa conferência empresarial.
As nações vizinhas, que antes cultivavam laços estreitos, estão em desalinho sobre a questão da importação de grãos. Os poloneses decidiram prolongar a proibição aos cereais ucranianos, na semana passada, como forma de proteger os agricultores nacionais, e informou que não vai mais fornecer armas para a Ucrânia, na última quinta-feira.
“Não entregaremos mais armas à Ucrânia porque agora estamos armando a Polônia com armamento mais moderno”, disse o primeiro-ministro polonês, em um programa da TV privada Polsat News.
Para o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, o país quer ver emergir desta guerra “um Estado ucraniano forte, com uma economia vibrante” e Varsóvia “continuará a apoiar os esforços da Ucrânia de entrada na OTAN e a União Europeia”.
Segundo ele, não há nenhuma contradição em apoiar a Ucrânia contra a invasão russa e “proteger os cidadãos contra a concorrência desleal”. O chanceler acredita que as duas medidas atendem aos interesses poloneses.