O ex-presidente argentino Alberto Fernández se defendeu, em entrevista ao jornal El País publicada nesta terça-feira, 13, de acusações de ter agredido a ex-companheira Fabiola Yáñez.
“Estou sendo acusado de algo que não fiz. Não bati em Fabiola. Nunca bati em uma mulher”, disse Fernández, que governou o país de 2019 a 2023, na primeira entrevista depois de Yáñez formalizar as denúncias de agressão, na quarta-feira 7. O ex-presidente reconhece que houve discussões frequentes entre os dois, e que pode ter havido violência verbal “mútua”, mas que nunca teria havido violência física.
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“Não estou aqui para alimentar toda a sujeira midiática que está sendo gerada. Recebi você para lhe dizer sob seus olhos que não fui o autor de nenhum desses fatos”, disse. “O que vou fazer é esperar, ir à Justiça e deixar a Justiça resolver”.
O caso
Tudo começou com uma série de mensagens encontradas no telefone de María Cantero, ex-secretária de Alberto Fernández, no âmbito de uma investigação sobre seguros. Uma dessas conversas foi com Yáñez, sobre os supostos atos de violência. O juiz federal Julián Ercolini guardou este material num arquivo reservado, notificou o Gabinete de Violência de Gênero do Supremo Tribunal e depois convocou a ex-primeira-dama para uma audiência por videoconferência de Madri, onde ela vive.
No mês passado, após a audiência ampliada com Ercolini, porém, Yáñez recusou-se a apresentar a queixa. Não está claro o que a fez mudar de ideia, mas ela afirmou ao tribunal que Fernández a assedia “diariamente” por telefone e a submete a “terrorismo psicológico”.
A proibição de abordagem ocorre num raio de “500 metros da morada onde reside em Madri e de qualquer local onde exerça atividades laborais, educativas, recreativas ou frequentes”. Ercolini é definitivo. Estabelece uma proibição “absoluta” de contato entre Fernández e ela, independentemente do meio.
O caso ganhou maior repercussão após o portal de notícias argentino Infobae publicar fotos de Yánez com machucados, incluindo no rosto. As fotos teriam sido enviadas pela ex-primeira-dama a Fernández, junto de mensagens como “tudo que tento fazer é me defender enquanto você me agride”.