O número de mortos pelo furacão Milton, que atingiu a costa da Flórida na noite de quarta-feira, destruindo casas, linhas de energia, árvores e prédios, subiu para ao menos 16 pessoas nesta sexta-feira, de acordo com autoridades locais ouvidas pelas emissoras americanas CBS News e CNN.
À CBS News, o Departamento de Polícia da Flórida confirmou que oito condados relataram, juntos, 16 mortes relacionadas à tempestade. O número, no entanto, pode aumentar, à medida que autoridades ainda avaliam o impacto da tempestade em comunidades.
Quase 1.000 pessoas foram resgatadas até agora, de acordo com o governador Ron DeSantis, com milhares de funcionários mobilizados em todo o estado. Em um resgate dramático, uma equipe de notícias salvou uma mãe solteira e seus 4 filhos que ficaram presos nas águas da enchente por 7 horas.
“Em lugares como Daytona Beach e Saint Augustine, e até mesmo no coração da Flórida, como Orlando, houve tanta chuva no lado norte dessa tempestade que estamos tendo alguns eventos de inundação”, afirmou DeSantis, à emissora americana CBNS, acrescentando que o furacão “gerou muitos tornados”.
Em operação para diminuir os estragos, o presidente dos EUA, Joe Biden, enviou mais de 8.000 agentes federais ao “sudeste, incluindo a Flórida, para continuar os esforços de recuperação do furacão Helene e responder aos impactos do furacão Milton”, informou a Casa Branca em comunicado ainda nesta quarta-feira, 9. Milton aterrissou em Siesta Key, na Flórida, por volta das 20h30 no horário local (21h30 em Brasília), na categoria 3.
Às vésperas da chegada do furacão aos EUA, 19 tornados foram confirmados na Flórida. Milton chegou a atingir a categoria 5, a mais grave, mas foi rebaixado para a 3 na Escala Saffir-Simpson antes da entrada em território americano. Nessa classe, eram esperados ventos de 178 a 208 km/h, além de “danos devastadores”, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos.
Com isso, “casas de estrutura bem construídas podem sofrer grandes danos ou remoção do deque do telhado”, “muitas árvores serão quebradas ou arrancadas, bloqueando inúmeras estradas” e “eletricidade e água ficarão indisponíveis por vários dias ou semanas”, alertou o órgão.
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Devastação na Flórida
Mesmo após Milton deixar o estado, alertas de tempestade foram emitidos na maior parte da costa centro-leste da Flórida e para o norte na Geórgia. Quinze condados da Flórida foram alvos de ordens de evacuação, com uma população total de cerca de 7,2 milhões de pessoas. Em Orlando, os parques Walt Disney World, Universal Orlando e Sea World fecharam as portas.
Autoridades dos condados de Hillsborough, Pinellas, Sarasota e Lee, que sofreram duramente com o fenômeno, apelaram para que os moradores continuassem em casa, já que foram registrados bloqueios de estradas e pontes e inundações. Em New Port Richey, mais de 700 pessoas se deslocaram para um abrigo em uma escola para fugir do olho do furacão.
Em Saint Petersburg, parte do teto do estádio Tropicana Field, do time de beisebol Tampa Bay Rays, foi destroçado pelos fortes ventos. Por lá, sistemas de água foram interrompidos. Frente às inundações, um jacaré foi visto em Fort Meyers enquanto um morador tentava entrar no seu carro. Os níveis de água em Naples, Flórida, atingiram o segundo maior já registrado: 1,5 metro acima das marés altas normais.
No interior de Tampa, a inundação em Plant City foi “absolutamente impressionante”, relatou o administrador municipal, Bill McDaniel, acrescentando: “Temos inundações em lugares e em níveis que eu nunca vi, e eu vivi nesta comunidade a minha vida inteira”. A cidade registrou 340 milímetros de chuva.
A Flórida permanece sob risco de inundações de rios em até 457 milímetros por causa das chuvas previstas para os próximos dias. No X, antigo Twitter, Biden recomendou que “todos os afetados pelo furacão Milton” continuem “em casa e longe das estradas”. O democrata alertou que “linhas de energia caídas, escombros e estradas destruídas estão criando condições perigosas”, mas anunciou que “a ajuda está a caminho”.