O número de mortos deixado por violentos protestos na Índia chegou a 24 nesta quarta-feira, 26. Trata-se do quarto dia consecutivo de conflitos entre grupos islâmicos e hindus na capital Nova Délhi devido a uma polêmica lei aprovada em dezembro passado, que concede cidadania a refugiados de todas as principais religiões do sul da Ásia, exceto muçulmanos.
Segundo o jornal britânico The Guardian, desde o domingo 23, mais de 200 pessoas ficaram feridas por tiros, queimaduras de ácido, facadas e pedras. Vários dos que morreram saltaram de prédios altos para escapar de gangues violentas.
Também nesta quarta-feira, o governo confirmou o falecimento de um oficial do Departamento de Inteligência. O representante é a segunda autoridade a morrer nos conflitos, após um policial ter falecido na segunda-feira 24 depois de ser atingido por uma pedra. O restante dos mortos é civil.
A polícia disse que já prendeu 106 pessoas por causa da violência, mas muitos muçulmanos acusaram a corporação de passividade quando suas casas e negócios foram atacados por hindus.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, quebrou o silêncio e pediu à população por calma. “Paz e harmonia são centrais em nosso ethos”, disse Modi via Twitter. “Apelo às minhas irmãs e irmãos de Délhi para que mantenham a paz e a irmandade o tempo todo.”
De acordo com o jornal americano The New York Times, no domingo, o político local Kapir Mishra ameaçou dispersar à força as manifestações contra a lei de cidadania, para manter as aparências durante a primeira passagem do presidente americano, Donald Trump, pela Índia. O republicano visitou o país na segunda e terça-feira e já retornou aos Estados Unidos.
O governo indiano é controlado por um partido nacionalista hindu acusado de marginalizar a minoria muçulmana do país, que, com 200 milhões, é uma das maiores populações muçulmanas do mundo.