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Novo surto de Covid-19: como a doença voltou a assustar os chineses

Pequim estendeu restrições e proibiu viagens; importação de salmão pode ter gerado nova onda em maior mercado da capital

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jun 2020, 09h39 - Publicado em 16 jun 2020, 09h34
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  • O governo municipal de Pequim ampliou nesta terça-feira, 16, as medidas de controle e prevenção epidemiológica para impedir a propagação do novo surto de Covid-19, detectado no principal mercado da capital da China. As autoridades sanitárias da cidade definiram a nova onda como “extremamente severa”.

    Assim, as pessoas consideradas “de alto risco” – como os contatos próximos dos 106 casos confirmados desde a última quinta-feira 11 – não poderão deixar a capital e aqueles que já o fizeram, devem informar as autoridades. O governo de Pequim também proíbe que táxis e outros veículos que oferecem serviços de transportes, deixem a cidade, informou hoje a Comissão Municipal de Transportes da capital chinesa.

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    Além disso, academias, centros esportivos e outros estabelecimentos dedicados ao entretenimento, como os cinemas, foram fechados. Aqueles que violarem essa regra serão “punidos severamente” pelas autoridades, acrescentou a agência.

    O novo surto

    A nova onde de coronavírus em Pequim surgiu no mercado de Xinfadi, no distrito de Fengtai. O local foi fechado na semana passada, depois que 46 pessoas que visitaram o estabelecimento testaram positivo para a Covid-19 no sábado 13.

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    Horas antes já haviam sido confirmados quatro casos de pessoas que estiveram em Xinfadi, por isso foi decidido testar os mais de 10.000 funcionários e fornecedores, além de monitorar rigorosamente todos aqueles que o visitaram desde o dia 30 de maio. O centro de distribuição por atacado de Xinfadi fornece 90% dos legumes e frutas frescos que Pequim consome e distribui para a maioria dos mercados menores da cidade.

    A principal hipótese estudada pelas autoridades locais é de que o vírus tenha ressurgido com importações ou empacotamento de salmão. As primeiras inspeções realizadas detectaram o vírus em uma tábua usada por um fornecedor de salmão importado, explicou o chefe do mercado, Zhang Yuxi.

    O salmão, por sua vez, veio do mercado de peixes e frutos do mar Jingshen, também no distrito de Fengtai, que também foi fechado, assim como outros quatro centros de distribuição de alimentos na cidade.

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    Essa descoberta levou o resto dos mercados e grandes lojas como Carrefour, Walmart, bem como os supermercados de alimentos da capital, a anunciar que estavam retirando salmão, principalmente importado da Noruega, de sua oferta. Mike Ryan, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse em entrevista por videoconferência que seria “reticente” dizer que a embalagem precisa ser testada para o vírus como resultado das novas infecções.

    ‘Estado de guerra’

    Segundo o jornal Global Times, até agora, mais de 29 comunidades vizinhas aos mercados de Xinfadi e Yuquandong foram fechadas, deixando seus moradores confinados sob rígidos controles de segurança. Os produtos provenientes dos mercados, como legumes, frutas, camarões, entre outros, foram deixados sem coleta devido à necessidade de inspecioná-los para ver se eles tinham vestígios do vírus.

    O governo municipal de Pequim anunciou nesta segunda que a cidade está em um “estado de guerra” para conter o surto, e mais de 100.000 trabalhadores começaram a monitorar 7.120 comunidades para evitar uma propagação maciça.

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    As autoridades de saúde registraram nesta terça 27 novos casos. A cidade está realizando testes de ácido nucleico em qualquer pessoa que tenha entrado em contato com casos confirmados ou que visitou o mercado de alimentos frescos em Xinfadi, o principal da metrópole, fechado desde o último sábado.

    Cerca de 200.000 pessoas que visitaram o mercado desde 30 de maio foram entrevistadas em visitas de casa em casa, telefonemas, plataformas de mídia social e outros métodos, de acordo com a agência estatal Xinhua.

    (Com EFE)

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