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‘Ninguém está acima da lei’, diz Biden após condenação de Trump

Comentando caso pela 1ª vez, presidente dos EUA afirma que são 'irresponsáveis' aqueles que atacam instituições porque não gostaram do veredito

Por Da Redação
31 Maio 2024, 17h31

Em seus primeiros comentários sobre a condenação de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta sexta-feira, 31, que o veredito de culpado foi uma vitória para o Estado de Direito americano e deveria ser respeitado. O chefe da Casa Branca também criticou republicanos que questionaram o sistema de justiça do país após a deliberação do júri, chamando-os de “imprudentes”, “perigosos” e “irresponsáveis”.

Defendendo a lisura do processo, o presidente americano enfatizou que o julgamento contra Trump se tratava de um caso estadual de Nova York, e não federal. Ou seja, não foi apresentado por sua administração, apesar das acusações do seu rival político sobre suposta “perseguição política” com intuito de enfraquecê-lo na corrida eleitoral deste ano.

+ Trump volta a chamar julgamento de ‘injusto e enviesado’ após condenação

“O princípio americano de que ninguém está acima da lei foi reafirmado”, disse Biden em comunicado transmitido pela televisão na Casa Branca, acrescentando que o veredito foi emitido com base em um processo judicial pelo qual todos os cidadãos acusados de crimes no país passam. “O júri ouviu cinco semanas de provas. E após cuidadosa deliberação, o júri chegou a um veredicto unânime. Eles consideraram Donald Trump culpado em todas as 34 acusações criminais”, declarou.

Defesa do Estado de Direito

Segundo os jurados, os promotores de Nova York conseguiram provar que Trump e sua equipe praticaram maquiagem financeira para esconder as transferências de dinheiro à ex-atriz pornô Stormy Daniels, com objetivo de evitar que viesse à tona um caso extraconjugal do passado. O veredito concluiu que ele falsificou registros de negócios para não prejudicar sua campanha durante a corrida presidencial de 2016, da qual saiu vitorioso.

Isso porque as despesas com Daniels, no valor de US$ 130 mil (cerca de R$ 460 mil na cotação da época), foram pagas primeiro por Michael Cohen, então fiel advogado e espécie de “faz-tudo” do republicano. Só depois, por meio de onze cheques que saíram tanto de contas da empresa Trump Organization quanto de contas pessoais de Trump, Cohen foi restituído – mas os gastos foram enganosamente registrados como “despesas judiciais” com o advogado.

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+ O que a condenação de Trump significa para as eleições dos EUA

Após o veredito, Trump criticou o governo democrata e acusou a Casa Branca de praticar “perseguição política”. “Todo o nosso país está sendo fraudado neste momento”, disse ele a repórteres na quinta-feira 30, depois de deixar o Tribunal Criminal de Manhattan. “Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou prejudicar um oponente, um oponente político”.

Nesta sexta-feira, Biden devolveu as críticas ao rival e aos seus apoiadores, pintando a condenação como uma vitória do Estado de Direito e acusando aqueles que compraram a narrativa sobre a suposta “caça às bruxas” e que atacam as instituições democráticas, como o sistema judiciário, de serem “irresponsáveis”.

+ Após condenação de Trump, apoiadores planejam motins e rebeliões nas redes

“É imprudente, é perigoso, é irresponsável alguém dizer que (o julgamento) foi fraudado só porque não gosta do veredicto”, disse Biden. “Nosso sistema de justiça existe há quase 250 anos e é literalmente a pedra angular da América. O nosso sistema judicial deve ser respeitado e nunca devemos permitir que alguém o derrube.”

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Mudança de tática

Esta foi a primeira vez que Biden abordou diretamente qualquer processo contra Trump. Sua esperança era manter-se longe do tema, com intuito de evitar alimentar as falsas acusações trumpistas de que a Casa Branca tinha influência sobre as acusações e o resultado dos julgamentos. Na verdade, Trump tem tentado incitar o rival democrata a comentar sobre caso de Nova York, bem como sobre as outras acusações para alimentar sua narrativa de que a Justiça é uma arma política do presidente.

Embora Biden tenha nomeado o procurador-geral que supervisiona os dois casos federais contra Trump, não há nenhuma prova de que o próprio presidente ou a Casa Branca tenham desempenhado qualquer papel nos processos. Além disso, o próprio filho do líder americano, Hunter, está sob a mira do Departamento de Justiça por acusações de porte ilícito de arma.

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