Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Nicarágua faz greve geral para pedir a Ortega fim da repressão

Manifestações iniciadas em 18 de abril deixaram 157 mortos e mais de 1.300 feridos; oposição acusa o governo de seguir a via do autoritarismo

Por Da Redação
Atualizado em 14 jun 2018, 22h55 - Publicado em 14 jun 2018, 19h45
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Nicarágua amanheceu nesta quinta-feira (14) em greve geral convocada por uma aliança opositora para pressionar o presidente do país, Daniel Ortega, a cessar a repressão contra as manifestações populares. Os protestos se intensificaram nas últimas semanas.

    Em Manágua, a paralisação parecia geral, com ruas desertas, alguns ônibus de transporte público circulando vazios e a presença policial em vários pontos da cidade, reportou a Agência France-Presse.

    Desde o início da onda de protestos, o balanço de vítimas é de 157 mortos e mais de 1.300 feridos, segundo o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh). Até a Igreja, mediadora do diálogo entre o governo e a oposição, acolheu a convocação de paralisação. A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) convocou para esta sexta-feira (15) uma sessão para revelar a resposta de Ortega a sua proposta de democratização.

    A paralisação de 24 horas foi convocada pela Aliança Nacional pela Justiça e Democracia, que agrupa empresários, estudantes e setores da sociedade civil, como forma de pressionar o governo a interromper os ataques violentos contra manifestantes e a população, realizados por forças antichoque e gangues pró-governo.

    A Nicarágua vive um clima permanente de protestos desde 18 de abril, quando manifestantes saíram às ruas contra uma reforma previdenciária. Os protestos se estenderam como mostra de insatisfação popular com o governo de Ortega que, desde 2007, governa alo lado de sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo. Ortega e Rosario são acusados de autoritarismo e de controle abusivo dos poderes do Estado.

    Continua após a publicidade

    Supermercados, lojas, postos de gasolina e pequenos negócios em Manágua não abriram suas portas hoje. Nos colégios públicos, os professores ficaram esperando os alunos.

    “Está tudo deserto, a população está apoiando a greve”, disse o taxista Pablo Ramírez, que desistiu de trabalhar por falta de passageiros.

    O mercado popular oriental de Manágua, com mais de 20 mil bancas e 2.000 vendedores ambulantes, estava abandonado, cercado por barricadas para tentar proteger eventuais roubos e saques.

    Continua após a publicidade

    “O mercado está apoiando a paralisação. A esta hora,  muitas lojas estariam abertas, mas como se vê está totalmente fechado”, disse Liliam Gámez, funcionária de uma loja local que foi trabalhar a pedido de seu patrão.

    “A paralisação é para pressionar o governo a se sentar e dialogar para dar uma solução a essa crise”, disse Heriberto Ruiz, vendedor de doces do mercado. “Que Ortega saia pela porta da frente, e não pela dos fundos”, afirmou Ruiz, para quem a Nicarágua se tornou uma “terra de ninguém” com a violência e os roubos.

    Tiroteios e mortes

    A paralisação foi precedida por novos ataques na capital e na Universidade Autônoma da Nicarágua (Unan), a trincheira dos estudantes que protestam contra o governo, de acordo com a oposição. Também houve confrontos nas cidades de Jinotepe, Diriamba, León, Nagarote e Masatepe.

    Continua após a publicidade

    Nesta última, no Estado de Masaya, ataques de grupos paramilitares “deixaram quatro mortos e diversos feridos”, disse o secretário-geral da Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH), Alvaro Leiva.

    Já em Masaya, três motos com paramilitares armados entraram na cidade e “dispararam sobre as trincheiras”, deixando um baleado, indicou. A polícia deste antigo bastião do governo continua sitiada com barricadas, defendidas por jovens com pedras e morteiros caseiros.

    Golpe econômico

    A paralisação ameaça agravar a crise gerada por protestos e bloqueios. O setor privado, outrora aliado de Ortega, rompeu a aliança em meio aos violentos protestos.

    Continua após a publicidade

    “A economia produz 35 milhões de dólares diários, pode ser que nem tudo se paralise porque há atividades que não podem ser interrompidas”, explicou Mario Arana, diretor da Associação de Produtores e Exportadores da Nicarágua (Apen). Assim, ele estima que o país deixe de produzir entre 25 e 35 milhões de dólares em um dia de paralisação.

    Com a crise, estimativas não oficiais indicam queda de 1% n Produto Interno Bruto (PIB) do país que, em termos de valor, chega a 800 milhões de dólares.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.