O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu a missão de formar um governo de coalizão, anunciou nesta quarta-feira, 25. Desde abril, esta será a terceira vez que Bibi, como Netanyahu é conhecido no país, tenta compor um gabinete. Ele imediatamente reiterou o convite a seu rival, Benny Gantz, para formar um governo de unidade.
Netanyahu fez o pedido público depois de ter aceitado o convite do presidente de Israel, Reuven Rivlin, para liderar as negociações de um novo governo, após as eleições legislativas da semana passada. O primeiro-ministro e Gantz, entretanto, mostram-se distanciados, em especial sobre quem deveria liderar um eventual governo de unidade.
Ao escolher Netanyahu em detrimento de Gantz, do partido Azul e Branco, Rivlin ofereceu ao atual premiê uma nova chance de prorrogar sua longa carreira política, apesar das acusações de corrupção que enfrenta no país.
As eleições de 17 de setembro foram inconclusivas, e nenhum dos partidos conquistou maioria no Knesset, o Parlamento israelense. Em situações como essa, é dever do presidente consultar os representantes de todos os partidos para determinar qual liderança teria maiores chances de formar um governo de coalizão.
Após consultas, na semana passada, Rivlin se encontrou com Netanyahu e Gantz na segunda-feira 23 para tratar de um possível governo de unidade, baseado na aliança das legendas Azul e Branco e Likud, do atual primeiro-ministro.
Mas, diante da falta de consenso entre os dois partidos após uma reunião nesta quarta, o presidente decidiu dar o direito de conduzir o processo a Netanyahu. O premiê tem agora quatro semanas para formar seu governo.
Segundo Rivlinm, o atual premiê “tem mais chances” de formar um governo, pois recebeu o apoio de 55 parlamentares durante as consultas. Gantz recebera o apoio de 54 membros.
“Minha incapacidade de formar um governo é um pouco menor do que a de Gantz”, disse Netanyahu ao aceitar a tarefa, ao lado do presidente.
Gantz e Netanyahu vêm discordando sobre quem deveria presidir o governo no caso de um governo de unidade. Nesta quarta, Bibi defendeu que uma “liderança conjunta” seria possível, indicando uma rotação no cargo de premiê, mas defendeu uma resolução rápida para “não arrastar o processo”.
O líder do Azul e Branco, contudo, já afirmou em diversas ocasiões que não participará de uma coalizão que tenha Netanyahu como primeiro-ministro em algum momento.